As séries são um gênero do áudiovisual bastante apreciado pelos alunos dos ensinos fundamentais e médio. Seja por trazerem narrativas que se desenvolvem e encerram em uma quantidade determinada de capítulos e temporadas, seja porque abordam temas da contemporaneidade dentro de uma linguagem de entretenimento que é bastante atrativa.
Muitos desses assuntos podem ser relacionados pelos professores a conteúdos curriculares – caso de disciplinas como geografia, química, história e língua portuguesa. Outros ajudam a introduzir temas transversais que precisam ser debatidos no ambiente escolar, como racismo e educação sexual.
A seguir, trazemos sete links nos quais pesquisadores de diferentes áreas orientam como trabalhar séries de forma educativa com as turmas, com indicações de capítulos a serem exibidos e sugestões de atividades. Confira!
Todo Mundo Odeia o Chris
A série de comédia estadunidense estimula professores e alunos a debaterem racismo na escola. A produção retrata as experiências de infância do ator Chris Rock em família e na escola, onde é o único aluno negro. Lá, ele vivencia situações racistas e lida com estereótipos associados à sua negritude. ‘Todo mundo Odeia o Chris’ pode ainda ser associado ao gênero biografa, a textos sobre cultura negra e ajuda o professor a repensar suas práticas.
Série ‘Todo Mundo Odeia o Chris’ estimula professores e alunos a debaterem racismo na escola
Black Mirror
A série britânica de cinco temporadas traz contos de ficção científica sobre como a tecnologia interfere nas relações sociais. Pode ser utilizada no ensino médio nas disciplinas de geografia, para falar sobre território; de história, relacionando-a à memória e tecnologia; e à sociologia, para debates sobre espetacularização da violência e uso das redes sociais.
Série ‘Black Mirror’ pode ser abordada nas disciplinas de geografia, história e sociologia
Meu nome é Liberdade
A série apresenta a história ficcional de Aminata Diallo, que é capturada na África quando criança e levada aos Estados Unidos como escrava no século XVIII. Assim, pode ser utilizada nas aulas de história e geografia para debater a escravidão da população negra e a mulher na escravidão, traçando paralelos com a história do Brasil.
Série ‘Meu nome é Liberdade’ pode ser trabalhada de forma interdisciplinar na escola
Sex education
Em cada episódio, são abordadas questões relacionadas à sexualidade comuns no dia a dia dos jovens – o que faz a produção, uma das séries de maior sucesso entre os jovens, ser recomendada para as aulas de educação sexual.
“A série consegue abordar com linguagem acessível situações reais que nem sempre são discutidas na família ou nos espaços educativos. E o mais importante: com responsabilidade nas informações passadas”, defende a pedagoga e mestra em Educação Sexual, Isabela Manchini.
‘Sex education’: professor pode usar série para tratar educação sexual na escola
Chernobyl
A série reconstrói o maior acidente nuclear da história, na Ucrânia durante a década de 1980. Professora de química licenciada pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Ana Caroline Ferrari, indica a produção para ensinar radiotividade nas aulas de ciências da natureza do ensino médio. Além disso, o tema da Guerra Fria pode ser explorado nas disciplinas de história e geografia.
Chernobyl: série ajuda a explicar radioatividade e Guerra Fria no ensino médio
Atypical
Inspira atividades para sensibilizar alunos e professores sobre autismo. A produção estimula o debate sobre inclusão social, acessibilidade, padrão de normalidade e diversidade. Além da roda de conversa sobre os temas abordados no programa, é possível elaborar com a classe ferramentas que ajudem os alunos autistas, como os cartões de emoções citados na série.
Série ‘Atypical’ inspira atividades para sensibilizar alunos e professores sobre autismo
Anne com E
Em 27 episódios, a trama apresenta situações em que diversidade e direitos humanos podem ser discutidos entre alunos e professores dos anos finais do ensino fundamental e no ensino médio. Entre os temas abordados, merecem destaque o papel da mulher, homofobia e segregação racial.
Professor pode usar série ‘Anne com E’ para trabalhar diversidade com estudantes
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