Resultado de um apagamento histórico, a trajetória de rainhas africanas se perdeu, gerando um falso entendimento de que a história do povo negro se inicia no Brasil somente a partir da escravidão.

“Esse apagamento histórico deixou um vazio na construção da identidade da população brasileira. Assim, a história dessas mulheres que foram resistência precisa ser resgatada e compartilhada para dar visibilidade ao que nos antecede, ajudando-nos a reconhecer o tanto de África que nos habita”, justifica a pedagoga e formadora de professores Karina Spalla da Silva Chagas.

O conteúdo de rainhas africanas também ajuda a cumprir a Lei 10.639/2003, que incluiu nos currículos das escolas brasileiras a obrigatoriedade das temáticas história e cultura afro-brasileira e africana. “Trazer as narrativas das rainhas africanas nos permite entender nossa forma de viver e enxergar a vida advinda de um percurso cultural que se iniciou muito antes da diáspora africana”, acrescenta Chagas.

Conheça abaixo 5 links que ajudam a resgatar e apresentar aos alunos as histórias de importantes rainhas africanas.

Site “Biografia de mulheres africanas” (UFRGS)

A página é o resultado de um projeto de iniciação científica desenvolvido por estudantes de graduação e de pós-graduação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) entre 2018 e 2020. O objetivo é compilar informações sobre a vida do maior número possível de mulheres nascidas no continente africano, sendo possível usar a palavra-chave “rainha” nas buscas.

Njinga Mbande: Rainha do Ndongo e do Matamba (Unesco)

A série “Mulheres na história de África”, da Unesco, traz a tradução para o português da obra Njinga Mbande: Rainha do Ndongo e do Matamba (editora Cereja). Njinga Mbande (1581 – 1663) foi uma diplomata e rainha da região hoje conhecida como Angola, conhecida por resistir à invasão portuguesa.
Mulheres africanas: rainhas, guerreiras e líderes espirituais – (Site Ensinar história)

O site Ensinar História reuniu informações sobre 14 nomes de rainhas africanas, deixando propositalmente de fora da lista Cleópatra para dar espaço a nomes ainda desconhecidos. Esses incluem  Hatshepsut (c.1479-1458 a.C./Egito); Tiye (c. 1398-1338 a.C./Egito); Nefertiti (c. 1370-1330 a.C./Egito); Nefertari (c. 1290-1254 a.C./Egito); Makeda (c. 960 a.C./Sabá); Amanishakheto (40?-10? a.C./ Kush ou Cuxe); Amina (1425?/ Zazau, atual Nigéria); Nzinga (1582-1663/Matamba); Yaa Asantewa (c. 1840-1921/reino Axânti); Kahina (séc. VII, líder berbere); Ranavalona (1778-1861/Madagascar); Nandi ka Bhebhe (c.1760-1827/ Zulu); Nehanda (c. 1840–1898/Zimbabué); Mino (as amazonas do Daomé, atual Benin).

Grandes reis e rainhas da África (Portal Geledés)
Esse conteúdo do portal Geledés reúne imagens e representações de rainhas de diferentes lugares da África, com Anima, da Nigéria; Makeda, da Etiópia; e Cleópatra, do Egito.

Vídeos – Rainhas africanas, por Aza Njeri

Aza Njeri é professora do Departamento de Letras da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), doutora em literaturas africanas e pós-doutora em filosofias africanas. Em seu canal no Youtube, ela reúne em uma playlist especial 15 vídeos que abordam a história e a filosofia por trás de algumas importantes rainhas africanas.

Veja mais:

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História negra: documentário ‘Emicida: AmarElo – É tudo para Ontem’ pode ser usado em aula

11 orientações para promover um ensino de história decolonial

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Crédito da imagem: Cena da série “Rainhas Africanas – Nzinga” – divulgação Netflix.

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