Leonardo Valle
De 1970 até os dias de hoje, o Brasil já desmatou 20% da floresta amazônica e 50% do cerrado. Os dados são do relatório Planeta Vivo 2018, publicação bianual do Fundo Mundial para a Natureza (WWF, da sigla em inglês), organização não governamental (ONG) de defesa do meio ambiente. A análise foi realizada por 50 pesquisadores em todo o mundo, a partir de pesquisas realizadas por 19 organizações.
No período, as populações de vertebrados em todo o mundo, como mamíferos, peixes, aves, répteis e anfíbios, foram reduzidas em 60%. Nas Américas Central e do Sul, a redução da população de animais atingiu 89%. Os animais brasileiros mais ameaçados são a jandaia-amarela (Aratinga solstitialis), o tatu-bola (Tolipeutes tricinctus), o uacari (Cacajao hosomi), o boto (Inia geoffrensis) e o muriqui-do-sul (Brachyteles aracnoides).
No âmbito mundial, as populações de animais de água doce foram reduzidas em 83%, e os mamíferos em 22%. A entidade ainda defende que a Terra vive seu sexto processo de extinção em massa nos últimos 500 milhões de anos. Desta vez, contudo, causado pelos humanos.
Biodiversidade desprotegida
Segundo diretrizes da Organização das Nações Unidas (ONU), pelo menos 17% dos ecossistemas de cada nação precisariam estar em áreas protegidas para a conservação. No Brasil, apenas 8% do cerrado e 2% do pantanal estão em áreas protegidas. O país é considerado um dos maiores detentores de toda a biodiversidade do mundo.
O relatório mostra que três quartos do planeta já foram impactados pela ação humana, com previsão de apenas 10% da Terra estarem livres da interferência do homem até 2050.
Por fim, o documento aponta que a contribuição da natureza para a economia pode atingir US$ 125 trilhões anuais, incluindo matérias-primas para medicamentos, polinização natural da agricultura e sequestro de carbono da atmosfera.
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