Um levantamento realizado sobre 586 planos de manejo florestais do Pará, no período de 2013 a 2017, apontou que 76,68% dos inventários para exploração de ipê no estado apresentam densidade (quantidade de metros cúbicos por hectare) superior ao que a literatura científica diz ser possível ocorrer na natureza. Em alguns casos, esse “superfaturamento” de árvores pode chegar a até mais de dez vezes o limite natural.

A quantidade e o volume de ipês vêm sendo superestimados para permitir a “lavagem” e a venda de madeira roubada da Amazônia. São as chamadas “árvores imaginárias”, pois somente existem no papel.

As informações fazem parte do relatório Árvores Imaginárias, Destruição Real, lançado no dia 20 de março de 2018 pelo Greenpeace. Após denúncia, agentes do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), conjuntamente com o Greenpeace e engenheiros florestais da Universidade de São Paulo (USP), realizaram uma série de vistorias em Planos de Manejo Florestal Sustentável (PMFS), onde foram encontradas estas e outras fraudes.

“Constatou-se que a atribuição de identificação botânica incorreta, o superdimensionamento e a criação de árvores inexistentes figuram entre as principais estratégias de fraudes utilizadas nos seis planos de manejo florestal vistoriados”, explica Rômulo Batista, especialista em Amazônia do Greenpeace.

Para chamar a atenção para o problema, o Greenpeace lançou uma ferramenta interativa para incentivar o controle social sobre a cadeia. Por meio do site Chega de Madeira Ilegal, qualquer cidadão pode analisar indícios de fraudes em planos de manejo florestal, utilizando dados e imagens de satélite. Além disso, também é possível alertar os órgãos oficiais sobre os crimes ambientais identificados.

(crédito da foto: Marizilda Cruppe / Greenpeace)

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