Uma escola que não tenha qualquer distinção no processo formativo oferecido para os estudantes, independente de classes sociais ou dos objetivos profissionais futuros. Essa foi a principal ideia no campo da educação do pensador italiano Antonio Gramsci (1891-1937), que consolidou essa premissa no conceito de Escola Unitária ou Escola Única. Referência no campo das ciências sociais, o autor também contribui com o pensamento sobre a educação.
Na entrevista, que faz parte da quarta temporada da série Pensadores na Educação, a professora da faculdade de educação da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Deise Rosálio Silva explica o legado de Gramsci em relação ao ensino e aponta as principais obras de referência para entender o autor.
“Ele tenta romper uma fratura histórica que nos acompanha até hoje: para determinadas classes basta uma capacitação [mais simples] e para outras podemos pensar uma formação mais ampla”, diz Deise, que é coordenadora de comunicação da Internacional Gramsci Society do Brasil e autora do livro “O Lugar da Educação em Gramsci”. “Ele defende que a escola precisa ter uma formação humanística, ampla e integral, que modele a capacidade de trabalho intelectual, técnico ou manual e que tenha o trabalho enquanto princípio educativo.”
Conheça os outros episódios da série:
– Florestan Fernandes e a democratização do ensino
– Pierre Bourdieu e a reprodução das desigualdades na escola
– Walter Benjamin e a Indústria Cultural na infância
– Alexei Leontiev e a Teoria da Atividade
Veja também a primeira temporada, a segunda temporada e a terceira temporada dos Pensadores na Educação.