Leonardo Valle
A Defensoria Pública do Estado, delegacias comuns, delegacias especializadas na defesa de mulheres e centros de referência ao atendimento feminino são algumas das alternativas para casos de violência familiar, doméstica e de gênero que ocorram durante o isolamento social. Outra possibilidade para as vítimas é realizar o boletim de ocorrência online. Essas e outras dicas integram o guia rápido “Direitos das Mulheres e Covid-19 Estado de São Paulo”. Apesar de ser voltada para o público paulista, muitas das orientações recebidas podem ser replicadas em outras regiões do país.
O material foi elaborado pelo Núcleo de Promoção e Defesa dos Direitos das Mulheres (NUDEM) da instituição, cujo site também oferece outros materiais sobre como identificar potenciais situações de violência e as possíveis medidas a serem tomadas.
O alerta para o crescimento da violência de gênero durante a pandemia do coronavírus havia sido realizado pela Organização das Nações Unidas (ONU) no documento “COVID-19 na América Latina e no Caribe: como incorporar mulheres e igualdade de gênero na gestão da resposta à crise sobre as dimensões de gênero na pandemia”.
Desde então, diversos levantamentos reafirmam a realidade do problema tanto no Brasil quanto em outros países da América Latina. Um estudo do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FSBP), em parceria com a empresa de pesquisas Decode Pulse, apontou que os depoimentos sobre brigas de casais na internet aumentaram 431% desde o início do isolamento social. As instituições analisaram 52.315 menções no Twitter, das quais 5.583 indicavam violência doméstica contra mulheres.
Além disso, a ONU Mulheres declarou que Argentina, Canadá, França, Alemanha, Espanha, Reino Unido e Estados Unidos registraram aumento nas denúncias e solicitações de abrigo emergenciais.
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Crédito da imagem: reprodução do guia “Direitos das Mulheres e Covid-19”