A jovem Sandrielle Saiury, do município de Santana (AP), ficou um ano fora da escola ao contrair malária. Ela voltou aos estudos no ano passado e está conseguindo recuperar a aprendizagem e superar a distorção idade/ série por meio do Programa Travessia Amapá — uma parceria entre a Secretaria de Educação do Amapá, com apoio do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). O programa faz parte da iniciativa Trajetórias de Sucesso Escolar (TSE) do Unicef, da qual o Instituto Claro é parceiro. Lançado em 2018, o projeto tem o objetivo de enfrentar a cultura do fracasso escolar, agindo tanto sobre o abandono quanto no atraso escolar.
Sandrielle ficou muito debilitada quando enfrentou a malária e não tinha forças para ir à escola. Em 2021, quando retornou, aos 16 anos, ela estava no 7º ano do ensino fundamental. Foi nesse ano que a Escola Estadual Professor Francisco Walcy Lobato Lima, onde ela estudava, começou a implementar o Programa Travessia Amapá. Com uma metodologia voltada ao caso de cada aluno, o programa ajudou Sandrielle não só a passar de ano, mas também a fazer uma prova que a qualificou para ingressar no ensino médio.
“Eu sempre repetia o 5º ano. Aí eu adoeci e não fui para a escola. Fiquei um tempo sem ir. Às vezes eu ia, às vezes não ia. Até que fiquei um ano sem estudar. Parei com tudo”, relata a jovem. “Quando soube que ia para o ‘Travessia’, fiquei feliz. E pensei que não ia passar de ano e passei”, completa.
Somando forças
“Senti muito por ela ter ficado atrasada, porque parece que ela tinha estagnado. E hoje a gente consegue ver a Sandrielle desabrochando”, relata a professora Leidilene Rocha, do Programa Travessia Amapá. A iniciativa fez tanta diferença na vida da família da estudante que o pai dela resolveu trazer seu neto, que morava em outra cidade e também estava em atraso escolar, para estudar na mesma escola que Sandrielle. “O Travessia vai somar para ele, assim como somou para a Sandrielle”, explica o pai da adolescente, Daniel da Silva.
Segundo o Censo Escolar de 2020, cerca de 5,8 milhões de crianças e adolescentes das redes estaduais e municipais do Brasil estão em distorção idade-série. O TSE busca mudar esse cenário e o Instituto Claro soma forças nessa causa. Este ano, o Instituto renovou a parceria para mais três anos. Desde 2018, a iniciativa ultrapassou a meta de reduzir em 20% a distorção idade-série nas redes de educação em que foi implementada.
Confira o vídeo com a história de Sandrielle Saiury:
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Atualizado em 28/11/2022, às 16h07