Mais crianças e adolescentes na escola, conseguindo superar barreiras e aprender. Mais meninas e meninos participando ativamente da criação de novas formas de ensinar, aprender e enfrentar a cultura do fracasso escolar. Essas são algumas das conquistas da parceria entre o Instituto Claro e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) para a estratégia “Trajetórias de Sucesso Escolar”, que acaba de ser renovada por mais três anos. Lançada em 2018, a iniciativa já impactou mais de 23 mil estudantes, 3,5 mil professores, mais de 400 gestores municipais e diretores escolares e mais de 100 municípios.
No Brasil, 5,8 milhões de crianças e adolescentes das redes estaduais e municipais estão em distorção idade-série – ou seja, têm dois ou mais anos de atraso escolar, segundo o Censo Escolar de 2020. São alunos que, devido a reprovações e ao abandono escolar, vão ficando para trás, sem conseguir progredir nos estudos.
“Há, no Brasil, uma naturalização do fracasso escolar, fazendo com que a sociedade aceite que um perfil específico de estudante — em sua maioria meninas e meninos negros e indígenas, e estudantes com deficiência, vindos de famílias de renda mais baixa — passe pela escola sem aprender, sendo reprovado diversas vezes até desistir. O problema já existia no país e se agravou com a pandemia. Essa cultura do fracasso escolar acaba por excluir sempre os mesmos estudantes, que já sofrem outras violações de direitos dentro e fora da escola”, explica Julia Ribeiro, Oficial de Educação do Unicef no Brasil.
Enfrentando a cultura do fracasso escolar
Para reverter esse cenário foi lançado o “Trajetórias de Sucesso Escolar”. O objetivo é contribuir com as redes públicas de ensino, estimular a produção de tecnologias educacionais e o desenvolvimento de currículos escolares específicos para crianças e adolescentes em situação vulnerável nas escolas do país. Em três anos de parceria, o projeto ultrapassou a meta de reduzir em 20% a distorção idade-série nas redes de educação em que a iniciativa foi implementada.
“A educação é parte do DNA do Instituto Claro, que, há mais de 20 anos, investe em projetos nesta área para criar impactos relevantes, com a missão de conectar pessoas para um futuro melhor. Esta consistente e duradoura parceria com o Unicef nos permite potencializar os esforços para democratizar o acesso ao ensino”, diz Daniely Gomiero, diretora de Comunicação Corporativa e Responsabilidade Social da Claro e vice-presidente de Projetos do Instituto Claro.
Planos até 2025
A busca da estratégia até 2025 é impactar 120 mil estudantes e 12 mil gestores educacionais e professores, além de reduzir em 10% a taxa de abandono nos municípios que participarem das ações do Unicef durante a vigência da parceria. A estratégia conta com uma plataforma com dados atualizados sobre o abandono, reprovação escolar e distorção idade-série. Essa plataforma oferece conteúdos, guias e recomendações para escolas e redes, contribuindo para integrar estudantes e a comunidade escolar .
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