Em junho e julho apresentamos as histórias por trás dos aplicativos MagicCard e Naveghi Book, e AnimaLibras e Emily Is Afterlife, quatro dos seis apps vencedores da 11ª edição do Campus Mobile.
Agora chegou a hora de mostrarmos em detalhes o uShare e SimSilo, vencedores nas categorias Smart Cities e Smart Farms, respectivamente.
uShare
Depois de uma experiência frustrada ao dividir apartamento com um colega da universidade, Arthur Braga da Fonseca (20 anos) percebeu que esta era uma demanda comum entre os alunos: a dificuldade de encontrar alguém com afinidades para compartilhar o mesmo lar.
“Me perguntei: ‘Será que só eu passo por isso?’ E aí eu perguntei para alguns amigos, e eles falaram que também já passaram por isso. Fiz uma pesquisa de mercado para ver se realmente era um problema geral na universidade, e era”, explica o estudante de ciências da computação da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).
Após esse diagnóstico, o app foi criado com a seguinte estrutura: os interessados fazem um cadastro no aplicativo e respondem a várias perguntas sobre seus hábitos e interesses. Em seguida, o algoritmo do uShare se encarrega de aproximar os usuários com perfis em comum.
Iuri Freitas Mendes (20 anos), aluno da Universidade de Uberaba (Uniube), em Minas Gerais, e parceiro no projeto, afirma que participar do Campus Mobile foi um divisor de águas.
“Essa experiência também foi algo que me fez conseguir o emprego de hoje em que eu estou. Isso pra mim não tem preço”, comemora o também aluno do curso, que teve papel estratégico nos encontros e nas interações do programa.
Esse sentimento é compartilhado por Fonseca. “É uma sensação muito gratificante porque foram vários dias trabalhando, principalmente várias noites mal dormidas. Então ver o resultado saindo para a gente foi bem gratificante, tanto é que na premiação eu dei um pulo da cadeira”, diverte-se o mobiliano sobre a recompensa por todo o esforço e aprendizado.
SimSilo
O trabalho em silos agrícolas – grandes estruturas feitas para armazenar grãos – pode ser muito perigoso. “Quando um silo rompe, causa um prejuízo enorme, e muitas vezes causa até a morte do pessoal que está manuseando e trabalhando ali naquela área”, explica Matheus de Araújo Gomes (21 anos), um dos criadores do aplicativo SimSilo, sistema de monitoramento de silos, ao lado de Gabriel Melo dos Santos (25 anos) e Gypson Dutra Junqueira Ayres (44 anos).
De acordo com Gomes, a ideia de criar o app partiu do estudo que o colega Ayres já desenvolvia no mestrado em engenharia agrícola.
Ao substituir um humano na medição da quantidade de grãos armazenados em cada silo, o aplicativo, além de fornecer dados mais precisos, evita que o trabalhador escale a estrutura para fazer a aferição manual e corra o risco de sofrer um acidente.
Ayres afirma que ser um dos vencedores do Campo Mobile foi um reconhecimento do trabalho coletivo e valorização da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), na Paraíba, onde os participantes estudam engenharia.
“A gente montou uma equipe, aprendeu coisas novas e foi desenvolvendo esse processo. Foram meses de dedicação, demandas e atividades, e foi formando um elo de confiança entre nós”, aponta o mobiliano, que conclui o doutorado em 2023.
Santos explica que a equipe bateu na trave na primeira participação e aconselha que todos acreditem no próprio potencial.
“A gente tentou de novo agora, se dedicou muito e conseguiu; viu que era possível. Se a gente consegue colocar a liberdade em prática, consegue mudar o mundo, a roda da vida, transformar o mundo num lugar melhor”, analisa.