Desde 2007, no dia 2 de abril, é celebrado o Dia Mundial da Conscientização sobre o Autismo. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), estima-se que 70 milhões de pessoas no mundo são afetadas por essa deficiência cognitiva que se manifesta em dificuldades na comunicação e na interação social, além de alterações de comportamento.
Para Ronaldo Cohin, graduado em ciências da computação, o interesse pela causa veio com a paternidade. Pai do pequeno Lucas, diagnosticado com autismo desde os dois anos de idade, ele precisou buscar alternativas para estimular o desenvolvimento do filho.
Ao perceber que não existiam tantas opções, ele desenvolveu a plataforma JADE, que auxilia em tratamentos terapêuticos para crianças autistas ou com outros problemas cognitivos, como a Síndrome de Down. Por meio de um jogo de associação de imagens, o aplicativo coleta dados de comportamento e gera relatórios sobre o desempenho da criança em um determinado espaço de tempo.
“Vi que as opções eram muito limitadas e, muitas vezes, caras. Quando iniciei o meu TCC na graduação, tive a ideia de abordar o assunto de forma que pudesse ser útil para o Lucas e também para outras famílias”, lembrou Cohin.
Ele também destacou que, com o avanço dos smartphones, muitos problemas podem ser resolvidos em aplicativos. “Com o JADE, é possível estimular com jogos e ter acesso a informações que pais ou terapeutas possam acompanhar, avaliar e, assim, entender o desempenho cognitivo da criança”, afirmou.
Para o idealizador do aplicativo, desenvolver a ferramenta foi o processo mais difícil. “Eu tinha conhecimento básico. Por isso, decidi me aprofundar em pesquisas onde testava cada fase de implementação do JADE, errando, reconstruindo e acertando”, relatou.
Programa Campus Mobile
O JADE foi finalista da 6ª edição do Campus Mobile, programa do Instituto Claro que estimula o desenvolvimento de ideias e soluções por meio da tecnologia móvel, realizado em parceria com a Associação do Laboratório de Sistemas Integráveis Tecnológico (LSI-TEC/USP) e com o apoio da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo.
Um ano após participar da iniciativa, o aplicativo já tem 16 mil downloads e está disponível para dispositivos Android com versões em português, inglês e espanhol. Atualmente, a plataforma tem usuários e acessos da América e alguns países da Europa.
“Se você realmente quiser transformar a vida de pessoas, a tecnologia é um dos agentes de maior potencial. Seja lá qual for o problema que você queira resolver, se quiser ser um empreendedor social, se aperfeiçoe, estude e busque formas de tornar o seu projeto viável”, aconselhou Cohin.
Para saber mais sobre a plataforma, acesse a página do JADE no Facebook.