Animais taxidermizados – montagem ou reprodução de animais para exibição ou estudo –, exemplares de mineralogia e instrumentos de laboratório são alguns dos objetos que compõem o acervo do museu do Colégio Marista Arquidiocesano de São Paulo, atualmente aberto a visitações. A coleção foi iniciada por Frei Germano D’Annecy, cientista do século 19 e também primeiro professor das ciências naturais do colégio.
“Normalmente um museu escolar é um espaço com objetos para o ensino das ciências naturais. Um museu escolar era um importante material didático que mostrava as coisas disponíveis no mundo de modo que os alunos aprofundassem os seus conhecimentos a partir da observação desses objetos”, explica a pesquisadora em educação, história, política e sociedade, Katya Braghini.
No passado, os museus escolares podiam ser montados por professores e alunos ou ter suas peças compradas em empresas especializadas. Outras instituições podiam doar materiais para a escola. “Sabe-se que o Museu do Ipiranga doava pequenas coleções para as escolas públicas paulistas de modo que elas compusessem os seus próprios ‘museus escolares’. Por conta disso, havia variados tipos: podiam ser salas inteiras, gabinetes com armários, um canto da sala ou apenas um armário”, conta a pesquisadora.
Novos significados
Se no passado o “museu escolar” era um espaço mais ligado guardar material didático, hoje é mais voltado a “estimular a capacidade do aluno de pensar os significados históricos dados às peças, já que elas contêm informações, ideologias, interesses de grupos, que são apresentados em suas concepções inventivas, seu design, seus usos e etc. Peças de museu são importantes para que todos possam desenvolver um pensamento histórico, para que não se naturalizem as relações sociais”, lembra Katya.
No Colégio Marista Arquidiocesano de São Paulo, a coleção do museu escolar é utilizada pelos professores de ciências, biologia, física e robótica do ensino médio e fundamental II, e por professores da educação infantil e do ensino fundamental I. “As peças são usadas em aulas práticas e expositivas, na montagem de demonstrações e experiências”, assinala Raquel Quirino Piñas, membro da equipe do Memorial do colégio.
No estado de São Paulo há outras escolas com museus escolares, como a E.E Bento de Abreu, em Araraquara, e o Colégio Culto à Ciência, em Campinas. Na cidade de São Paulo, há pesquisadores trabalhando em torno da coleção de objetos científicos remanescentes da antiga escola Normal Caetano de Campos. “Dentre as escolas privadas, vale destacar o Museu de História Natural do colégio Dante Alighieri; o diorama de espécies brasileiras do Colégio São Luís e a coleção científica do colégio Marista Glória”, lista Katya.
Preservação
Hoje, há um movimento entre historiadores da educação em salvaguardar artefatos escolares para poder contar a história das culturas escolares. “Por isso, há um apelo para que haja mais cuidado com peças e utensílios usados como material escolar, pois é por meio deles que podemos construir uma história da educação, a memória escolar e fortalecer a própria ideia de pesquisa através do patrimônio. Normalmente, documentos escolares são imediatamente descartados como lixo tão logo eles cumprem a sua função pedagógica ou administrativa”, adverte Katya.
Serviço
Para visitar o museu do Colégio Marista Arquidiocesano de São Paulo entre em contato pelo e-mail  memorialarqui@colegiosmaristas.com.br ou nos telefones (011) 5081-9070, das 14h às 18h.
Imagens do acervo do museu do Colégio Marista Arquidiocesano de São Paulo 
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