O insetário é uma coleção de insetos catalogados e identificados por sua família, ordem, gênero e, se possível, espécie. Sua versão física não é mais permitida na educação básica para garantir a preservação dos seres vivos, como as abelhas, que já estão na lista de animais em extinção.
“Matar um inseto para estudo, na educação, contribui com a ideia de que o ser humano pode retirar o que quiser da natureza, sem prejuízos. Não agrega para uma educação da conservação das espécies, tão necessária no século 21”, justifica a bióloga, pedagoga e doutoranda em formação científica, educacional e tecnológica, Elaine Ferreira Machado.
Contudo, é possível construir com os alunos um insetário virtual. “Usando o celular como ferramenta de registro, podemos estudar sem precisar alterar ou interferir na natureza, ajudando a diminuir os danos que o homem causa no planeta”, acrescenta o docente da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), Awdry Feisser Miquelin.
A criação coletiva desta atividade é indicada para o 7º ano do ensino fundamental e 2º ano do ensino médio. “Ela se relaciona com os conteúdos curriculares do reino animal, em específico os artrópodes e sua maior classe, a dos insetos”, explica Machado.
“Além disso, dialoga com os princípios de compreensão dos ecossistemas, as relações entre as espécies e permite trabalhar noções de taxonomia, que é a classificação dos seres vivos”, acrescenta a professora.
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Quintal de casa
O insetário é geralmente composto por 10 a 20 tipos de insetos. A atividade pode ser realizada a distância, com os estudantes orientados a coletar no jardim e quintal de suas casas, de parentes ou em parques, sempre com a supervisão de um adulto.
“Há épocas melhores para a tarefa, já que insetos são abundantes na primavera e no verão. O docente deve considerar a estação e a região do país para planejar o trabalho”, recomenda Machado.
O catálogo de cada espécie fotografada exige o nome popular do inseto, seguido da classificação biológica (reino, filo, classe, ordem). Insira também o local da coleta (cidade, estado e país), o nome do coletor (sobrenome e iniciais) e data da coleta (dia, mês em algarismo romanos e ano).
Para a atividade, Machado também sugere apresentar as aquarelas da naturalista e ilustradora científica alemã, do século 17, Maria Sibylla Merian. “Os estudantes buscam inspirações nessas telas para a produção de suas fotos de insetos, observando mais o ambiente no entorno deles”, justifica.
Por fim, pode-se divulgar o insetário em posts informativos no Instagram, por exemplo. “É possível compartilhar pequenos vídeos também, como fez uma aluna que conseguiu imagens da abertura de um casulo e a saída da borboleta”, afirma.
Para orientar professores de biologia sobre como implantar a iniciativa em aula, a docente criou o site Insetário Virtual. O trabalho foi orientado por Miquelin e reúne um guia de construção do insetário, sequências didáticas e um exemplo virtual, que pode ser consultado pelas turmas.
Também é possível ver um modelo criado pela professora com alunos do 2º ano do ensino médio e disponibilizado em um perfil no Instagram.
Crédito da imagem principal: divulgação @insetario