A produção de fotos para compartilhamento no Instagram pode ser uma ferramenta para explicar fenômenos ópticos no ensino médio, como indica a mestre no ensino de física e professora da disciplina no Colégio Marista de Brasília (DF), Samara Brito.

“Podemos pedir que os estudantes usem a câmera do celular para retratar situações cotidianas, na escola ou em casa, em que esses fenômenos ocorram. Pode ser no espelho do banheiro, na janela da sala, na dispersão da luz que ocorre ao atravessar um vidro, no por do sol avermelhado, no halo lunar etc.”, exemplifica a docente.

Foto registrada, o próximo passo é que o aluno a publique em uma rede social. “Como o Instagram é uma plataforma de compartilhamento de imagens, a produção pode ser publicada lá, junto com uma explicação para o fenômeno na descrição da postagem”, ensina.

A classe pode escolher uma hashtag para usar nas fotos de todos da turma. Isso arquiva a produção do coletivo e facilita o acesso aos resultados. “A ideia é inundar a rede com conhecimento científico de qualidade e explorar a criatividade dos jovens.”

Refração e reflexão

Para os alunos conseguirem explicar a ocorrência dos fenômenos ópticos, o ideal é que eles sejam apresentados ao conteúdo antes da atividade. “Convém também trabalhar algumas técnicas de fotografia, como enquadramento, iluminação e possíveis ângulos. Uma dica é atuar em parceria com os professores de arte”, sugere Brito.

Em caso de suspensão das aulas, o conteúdo pode ser apresentado via EaD ou ensino híbrido e as produções podem ocorrer dentro da própria casa dos estudantes.

“Colocar uma colher dentro de um copo de vidro com água, por exemplo, revela um fenômeno óptico conhecido como refração da luz. Nossa casa é um super laboratório de ciências”, estimula ela.

Depois da experiência realizada, a especialista indica o uso de um pós-teste para avaliar a aprendizagem dos estudantes.

“Ao final do processo, espera-se que eles tenham compreendido fenômenos como a reflexão especular e difusa; em superfície côncava e convexa; em uma associação de dois espelhos planos; refração e reflexão total; dispersão em um prisma; e refração em uma lente convergente e divergente”, assinala.

Além do conteúdo, a professora orienta outros docentes a avaliarem a criatividade dos alunos.

“Alguns critérios de avaliação são: a aplicação das hashtags (1 ponto); a qualidade das imagens (1 ponto); identificação e descrição de cada fenômeno (3 pontos); originalidade na escolha das fotos e na apresentação (2 pontos) e o pós-teste sobre o tema (3 pontos).”

De acordo com Brito, a aplicação dessa sequência didática melhorou as notas dos estudantes quando comparadas a classes que não vivenciaram o experimento. O aumento alcançou 56%.

“Isso mostra que propostas didáticas inovadoras são eficientes por suscitar no estudante uma atitude de protagonismo diante do aprendizado”, destaca.

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Crédito da imagem: alexsalcedo – iStock

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