Brainstorm significa tempestade cerebral ou de ideias. É uma técnica criada nos Estados Unidos, em 1939, pelo publicitário Alex Faickney Osborn, mas publicada apenas em 1953. “Ele observou que seus funcionários precisavam ser mais criativos e propôs discussões em grupo para fomentar ideias”, explica a pedagoga e coordenadora pedagógica do Colégio Estadual Santa Bernadete (GO), Helen Tatiana de Oliveira.

Com o passar das décadas, a iniciativa foi incorporada pela educação e se transformou em uma metodologia de aprendizagem ativa.

A seguir, confira nove perguntas sobre o uso desta prática em aula:

Como o brainstorm funciona?

O professor traz uma pergunta ou problema sem resposta simples à classe. “Todos os alunos contribuem com sugestões, mesmo que pareçam não ter sentido”, detalha o diretor acadêmico da União de Ensino Superior de Viçosa (Univiçosa), Per Christian Braathen.

As ideias são postadas ou escritas em um quadro. “Chega-se, então, a um consenso sobre a melhor proposta”, acrescenta.

O indicado é que cada rodada dure até 20 minutos. “A intenção é coletar o máximo de ideias, que todos exponham sua opinião e ninguém se sinta constrangido”, destaca Oliveira.

“As perguntas devem estar claramente relacionadas ao currículo, mas sem serem óbvias, algo que a resposta esteja em uma busca rápida na internet”, pontua ela.

Quais as orientações para o professor?

Oliveira destaca a definição de objetivos pedagógicos claros antes de iniciar a proposta. “Comece com temas de domínio dos estudantes e habilidades já adquiridas para depois seguir para a aquisição de novas habilidades”, sugere a professora.

Alguns professores temem perder o controle da situação e que vire bagunça. “Para evitar isso, explique detalhadamente a proposta e faça combinados prévios. Vale também definir os problemas a serem trabalhados junto à classe”, acrescenta.

Quais as orientações para os alunos?

Falar um por vez, apresentar quantas ideias quiser, construir a partir das sugestões dos pares e encorajar ideias novas. “Deve-se manter o foco no assunto proposto e não fazer críticas nem julgamentos que inibam a participação dos demais”, explica Oliveira.

Brainstorm pode ser considerada uma metodologia de aprendizagem ativa?   

Sim. “Nela, o estudante participa ativamente, e não há apenas o professor falando e escrevendo”, explica Braathen.

“Diferentemente do método tradicional em que o professor é tido como detentor do saber que transmite conhecimento aos alunos por meio da repetição e memorização de conteúdos, o brainstorm torna o estudante protagonista do aprendizado. O docente atua como mediador do processo”, compara Oliveira.

Qual sua relação com o design thinking?

O brainstorm é uma das ferramentas usadas no design thinking, processo no qual os estudantes também buscam soluções para um problema por meio da imaginação. O design thinking conta com cinco fases: 1) Observar e definir o problema; 2) Compreender e interpretá-lo; 3) Idealizar, imaginar e inventar; 4) Experimentar e testar; 5) Evoluir e comunicar. Nesta última, o grupo pode produzir um produto, como jogo, maquete, desenho, portfólio ou outro. “O brainstorm faz parte da terceira etapa”, aponta Oliveira.

Quais as contribuições para a aprendizagem? 

“Por ser uma metodologia que estimula o livre pensamento e a criatividade, contribui para uma aprendizagem significativa”, diz Braathen.

Quais habilidades são trabalhadas?

Comunicação, cooperação e respeito pela opinião do outro. ”Autonomia, criticidade, responsabilidade e empatia também”, acrescenta Oliveira.

Ela pode ser utilizada em todas as disciplinas e áreas de conhecimento?

Sim, incluindo o uso interdisciplinar. Um determinado problema pode exigir que o aluno acesse diferentes saberes. “Ou seja, um conteúdo permeia o outro, percorrendo diversas disciplinas”, justifica a professora.

Qual o ganho de utilizar o brainstorm na escola ou na educação?

“Tanto no meio corporativo quando na educação, as ordens do dia são inovar e cooperar”, sintetiza Braathen. Em ambos, o erro passa a ser valorizado como uma etapa importante da construção de conhecimento.

No brainstorm, opiniões ditas como loucas ou mirabolantes são bem-vindas. Elas agem como links, estabelecendo novas conexões, ideias, ações e  pensamentos inovadores”, finaliza.

Veja mais sobre metodologias ativas de aprendizagem:

Metodologia ativa ‘brainstorm’ na alfabetização aproveita curiosidade e vivência das crianças

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5 perguntas sobre aprendizagem entre pares

Guia explica 8 metodologias ativas para professores e coordenadores pedagógicos

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Crédito da imagem: Feodora Chiosea – iStock

Atualizada em 25/02/2021, às 16H56

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