Dentre os desafios trazidos pelo ensino remoto emergencial, provocado pela pandemia de covid-19, está a avaliação da aprendizagem. A desigualdade das redes públicas, escolas, professores e alunos em relação ao acesso à internet e recursos tecnológicos cria ainda mais barreiras para uma avaliação equitativa. Em um ambiente tão heterogêneo, é difícil pensar em uma única alternativa.

“Não existe melhor estratégia avaliativa. A ideal é aquela que se encaixa no conteúdo do professor, que permite que ele mensure os objetivos da aprendizagem propostos e que seja possível de realizar diante das condições infraestruturais e pedagógicas da sua realidade”, contextualiza o docente do curso de ciências biológicas da Universidade Estadual do Ceará (UECE) Jones Baroni Ferreira de Menezes.

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Contudo, é possível pensar algumas possibilidades de atividades avaliativas assíncronas. Segundo Menezes, assim como no ensino presencial, o indicado é pensar atividades que superem a ideia da nota. “Avaliar não é examinar, mas compreender para melhorar. Assim, uma abordagem qualitativa é fundamental”, aponta.

Diversidade de opções

Vale, ainda, optar por possibilidades diversas de avaliações para contemplar alunos de diferentes realidades da mesma sala de aula. No artigo “Práticas de avaliação da aprendizagem em tempos de ensino remoto”, Menezes traz opções para a educação básica. A lista inclui animações, autoavaliação, tempestade de ideias, histórias em quadrinhos, podcasts e cordéis.

“O uso dessas estratégias é uma forma de alinhar as linguagens verbal e não-verbal e desenvolver os aspectos crítico, reflexivo, cognitivo, comunicativo e artístico do aluno, alinhado ao teor informativo”, justifica. Para estimular e avaliar habilidades de síntese de ideias e de oralidade, boas opções são escrita de relatos — individual ou em grupo — e fóruns de discussão. “Nesse mesmo sentido, utilizamos os quizzes como Kahoot. Essa é uma estratégia que traz ludicidade e diversão”, acrescenta.

O professor ainda indica a utilização de questionários online via Google Formulários, como no caso de uma autoavaliação de final de semestre. “Eles podem agilizar o processo avaliativo devido à opção de autocorreção no caso de questionários objetivos. Mas também há a possibilidade de inserir questões discursivas a serem corrigidas manualmente pelo docente”, destaca. Os resultados também são arquivados no Google Drive e há a possibilidade de download das respostas da turma em formas de planilhas e gráficos.

Registros são importantes

A professora da Faculdade de Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) Alexandra Lorandi reforça a importância dos registros do professor para uma avaliação remota. “Eles permitem que não percamos detalhes que nos passam despercebidos no dia a dia. O registro de hoje é o alicerce da prática do amanhã”.

Confira: Avaliação na sequência didática pode ser menos tensa para aluno do que prova tradicional

Na hora de avaliar, ela indica privilegiar recursos que permitam interatividade e que favoreçam a autoria dos alunos, como os murais colaborativos. “O docente dispara um tema e os alunos pesquisam notícias em diferentes fontes de informação sobre o assunto proposto”, explica.

Outra opção são os álbuns digitais, nos quais os alunos reúnem fotos de diferentes classes sobre determinado assunto, como animais, relevos, religiões, entre outros. “Eles descrevem e comparam elementos entre si, sendo desafiados a pesquisar em diferentes bases de dados”. Há, ainda, vídeos e podcasts. “A gravação deve ser antecedida por pesquisa e roteirização”, recomenda.

Veja mais:

9 dicas para melhorar a gestão do tempo do professor no home office

Atualizado em 17/07/2021, às 16h51

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