O seminário é uma prática didática que combina oralidade e escrita. “Pode ser utilizado para avaliação de aprendizagem individual ou em grupo, permitindo que o aluno exercite sua criticidade e se posicione em seu discurso”, indica a doutora em educação pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) e professora da rede municipal de Presidente Prudente (SP) Alana Paula de Oliveira.

Ao entender e explicar um determinado tema aos colegas, o estudante participa ativamente da produção de conhecimento por meio de trocas, debates e interação. “Assim, desenvolve habilidades como oratória, senso crítico, reflexão, cooperação, protagonismo e trabalho em equipe”, lista.

Por sua vez, a prática também colabora com uma formação cidadã. “A escola deve ser palco de relações democráticas, baseadas no diálogo, cooperação, respeito mútuo e reconhecimento das diferenças. O seminário colabora com tudo isso, auxiliando na construção de valores morais, como respeito, solidariedade, justiça, amizade, entre outros”, garante.

Leia também: Pré e pós-teste ajudam professor a identificar lacunas na aprendizagem

O que avaliar?

“A avaliação por seminário tem caráter formativo, pois permite a observação do processo de ensino e aprendizagem”, explica a mestra em letras pela Unesp Amanda Cassetari Corrêa. Ela é a autora da dissertação “Seminário escolar: uma proposta de intervenção para o Ensino Fundamental II”. Para ela, o recurso permite tanto uma avaliação diagnóstica quanto processual. A primeira ajuda a verificar o que os alunos sabem sobre elaborar um seminário e o que precisa ser ensinado. A segunda é realizada por meio da observação das etapas de planejamento e produção pelos grupos de alunos.

“Para eles, a produção inclui pesquisar fontes de informação confiáveis; selecionar e hierarquizar os conhecimentos encontrados e reformulá-los para a apresentação”, explica Corrêa. Além de avaliar a qualidade das informações apresentadas, o professor pode considerar aspectos relativos ao modo como o assunto foi exposto e os meios utilizados para isso. “É importante que os alunos-expositores entendam o papel social que ocupam e estejam preocupados com a produção e a apresentação de um conteúdo com qualidade. Já os espectadores devem assumir uma postura respeitosa e cooperativa com os demais”, reforça Corrêa.

Nada impede que a atividade receba uma nota, como uma prova tradicional. “Porém, recomenda-se que essa avaliação somativa incida somente sobre a produção final, não sobre as etapas”, diferencia Corrêa. Mesmo não estando “à frente” da classe, o papel do professor como mediador é importante, estimulando reflexões, diálogos, relacionando conteúdos e apresentando novas informações ao longo das exposições dos grupos.

Apresentação online

O seminário também pode ser realizado em ensino remoto, utilizando aplicativos de chamadas de vídeo e também programas que hospedam dados em nuvens. “Eles permitem o compartilhamento de materiais, caso do Google Suite, Prezi, Canva, entre outros”, assinala Corrêa. As apresentações online, inclusive, podem ser mais confortáveis para alunos tímidos. “Elas oportunizam que eles consigam se sentir gradativamente mais à vontade em situações formais de fala pública”, diz Corrêa.

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Avaliação na sequência didática pode ser menos tensa para aluno do que prova tradicional

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