Riddles é o nome em inglês para charadas e enigmas. “Ela pode ser uma pergunta ou a descrição de uma coisa que o ouvinte precisa descobrir o que é. A resposta será algo inesperado, criativo e engraçado, muitas vezes brincando com o trocadilho de palavras”, resume o professor William Rossi.
“Eu costumo dizer aos alunos que os riddles são um quebra-cabeça de palavras, pois exigem raciocínio e criatividade para solucionar. Eles são um ótimo desafio, e as crianças costumam engajar nessa atividade”, descreve a professora Ana Clara da Silva Novo.
Humor cotidiano
Muitos são os benefícios de ensinar inglês por meio de riddles. “Amplia o vocabulário e ajuda a entender diferentes palavras e expressões”, diz Rossi.
“Há casos de uma palavra ter diferentes significados, dela significar uma coisa quando sozinha e outra em conjunto com outras palavras”, explica a professora Patrícia Froio.
“Os riddles são uma excelente ferramenta para praticar gramática de forma lúdica e ajudam a aprimorar compreensão auditiva e leitura. Porém, o que eu mais gosto e a razão principal de usá-los é o fato de promoverem criticidade e resolução de problemas”, justifica Novo.
“Por serem bastante dinâmicas, tricky (intrigante) e lidarem com a emoção por provocarem o riso, eles facilitam a aprendizagem”, reforça Froio.
“Alunos mais velhos costumam relacionar os assuntos dos riddles com experiência de vida e cotidiana, aproximando ainda mais o inglês do seu dia a dia. Além disso, conseguem memorizar melhor palavras e expressões”, completa.
Para Rossi, a atividade é uma alternativa às aulas meramente expositivas. “É diferente do aluno apenas copiar conteúdo da lousa, ajudando no desenvolvimento da criatividade”, opina.
Para completar, as charadas podem ser introduzidas em todos os níveis de ensino. “Se é uma turma iniciante, os riddles devem ser frases curtas e simples”, diz Novo. “Nessas turmas, é preciso explicar e contextualizar de forma detalhada as palavras e assuntos, porém é uma oportunidade para os alunos aprenderem novos temas partindo da charada”, indica Rossi.
Escolhendo um riddle
Escolher um riddle exige alguns cuidados. Evite algo específico de uma cultura ou região, o que exigiria um repertório prévio dos estudantes para entenderem a charada.
“Não é questão de traduzir a charada para gerar entendimento: ela deve estar próxima da cultura do nosso país também”, recomenda Froio.
Por sua vez, é importante garantir que os riddles não reforcem estereótipos e preconceitos.
“Como se apoiam duplo sentido, evite palavras que sejam inadequadas ou sexuais”, exemplifica Rossi.
Em relação ao nível linguístico, Novo usa frases curtas e simples para níveis iniciantes, e aposta em parágrafos para turmas com maior conhecimento na língua inglesa. “Nesse caso, é possível explorar diferentes tempos verbais e vocabulário avançado”, compartilha.
Como orientação aos professores da educação básica que desejam usar as charadas e enigmas, Novo lembra que é essencial que as crianças entendam, primeiro, o que é um riddle. “Depois, digo que teremos um desafio em aula, o que estimula o ânimo e a criatividade deles”, relata.
“Gosto de incentivá-los dizendo que eles terão de criar o próprio riddle e que faremos um concurso pra ver quem cria o mais divertido”, acrescenta Novo.
Conheça 10 riddles que podem ser aplicados na educação básica.
1) Why did the boy throw the butter out of the window? Resposta: To see the butter fly.
(Por que o menino jogou a manteiga pela janela? Resposta: Para ver a manteiga voar).
A graça aqui é o trocadilho de palavras. As palavras butter fly separadas (manteiga voar) têm a mesma pronúncia de quando dita juntas, butterfly, que significa ‘borboleta’”, ensina Rossi.
2) What did one plate say to the other plate? Resposta: Lunch is on me!
(O que um prato disse para o outro prato? Resposta: “O almoço é por minha conta!”)
O significado literal de “lunch is on” é o almoço está sobre mim, o que faria sentido quando dito por um prato. “Porém, no cotidiano, a expressão significa ‘o almoço é por minha conta’”, descreve o professor.
3) Why is a book like a tomato? Because both can be red/read.
(Por que um livro é como um tomate? Porque ambos podem ser vermelhos/lidos).
“O motivo do riso é que as palavras red (vermelho) e read (lido) possuem a mesma pronúncia”.
4) I look at you, you look at me. I raise my right, you raise your left. What am I? Resposta: mirror.
(Eu olho para você, você olha para mim. Eu levanto meu direito, você levanta seu esquerdo. O que sou eu? Resposta: espelho).
“O riddle destaca a simetria de um espelho, onde a imagem refletida faz os mesmos movimentos que você, mas em direções opostas”, detalha Novo.
5) I have streets, but no pavement. I have cities, but no buildings. I have forests, yet no trees. I have rivers, yet no water. What am I? Resposta: map.
(Eu tenho ruas, mas não pavimento. Eu tenho cidades, mas não prédios. Eu tenho florestas, mas não árvores. Eu tenho rios, mas não água. O que sou eu? Resposta: mapa).
“Um mapa tem representações de ruas, cidades, florestas e rios, mas não é um objeto físico com pavimentação, edifícios, árvores ou água. É uma representação gráfica da geografia e localização geográfica”, explica Novo.
6) What belongs to you, but others use it more than you do? Resposta: name.
(O que pertence a você, mas os outros usam mais do que você? Resposta: nome).
“Embora seu nome seja seu, outras pessoas frequentemente o usam para se referir a você ou falar sobre você. É uma maneira de identificação pessoal que é compartilhada e usada por outras pessoas em comunicações e conversas”, detalha Novo.
7) I work when I play and play when I work. Resposta: musician.
(Eu trabalho quando eu jogo/toco e jogo/toco quando eu trabalho. Resposta: músico).
O humor está na dualidade entre trabalho (work) e diversão (play = jogar), mas também no fato de play ser um verbo usado para quando se toca um instrumento musical.
8) I fly all day long but don’t go anywhere. What am I? Resposta: flag.
(Eu voo o dia todo, mas não vou a lugar nenhum. O que sou eu? Resposta: bandeira)
Voar (fly) geralmente é usado para viagens de avião e que resultam em deslocamento geográfico. Mas esse verbo também pode ser usado no caso da bandeira, que mesmo estanque, também pode voar.
9) What can you catch but you can’t throw? Resposta: a cold.
(O que você pega, mas não consegue se livrar? Reposta: um resfriado).
A brincadeira se dá com os diferentes significados do verbo catch (pegar), que pode ser usado tanto para objetos a serem descartados posteriormente, quanto para um resfriado, que o enfermo precisa tratar e esperar passar.
10) I don’t cry when you cut me, but you do. Resposta: An onion.
(Eu não choro quando você me corta, mas você sim. Resposta: uma cebola)
A brincadeira é que um corte em um ser humano pode causar dor e fazer a pessoa chorar. No caso da cebola cortada, ela libera compostos sulfurados que reagem com a umidade dos olhos e irritam essa parte do corpo, levando à lacrimação, na tentativa de o organismo eliminar a substância. Nesse caso, chora quem corta a cebola.
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