Distopia diz respeito a lugares e futuros imaginários em que a população vive em situação de controle e opressão. Também é conhecida como antiutopia, ou seja, é o oposto de uma sociedade ideal, justa e comprometida com o bem estar dos seus cidadãos, que o termo “utopia” prevê.
Na literatura, a distopia também é considerada um gênero literário. Basicamente, apresenta obras fictícias que retratam governos totalitários, teocráticos, que vigiam, controlam e punem os cidadãos que fogem de seus padrões e regras estipulados para beneficiar uma minoria.
Para os alunos, as distopias são um convite também para pensar a estrutura da nossa sociedade por comparação às realidades retratadas. Nesse gênero literário, as narrativas elevam a outra potência problemas sociais vistos no Brasil e no mundo, como ataques à imprensa, à democracia, à liberdade de expressão e discriminações. A seguir, conheçam sete livros que podem ser apresentados a jovens e servir como pano de fundo para debates sobre questões políticas e sociais atuais na escola.
O processo, Franz Kafka (1925)
O bancário Josef K é preso sem motivo e recebe um processo. Porém, não há explicações sobre o motivo da detenção, quem o está processando ou mesmo o conteúdo da peça. Com isso, ele se vê diante de um caminho labiríntico e burocrático para provar sua inocência.
Admirável mundo novo, de Aldous Huxley (1932)
A sociedade é controlada por um estado totalitário, que usa a ciência para criar indivíduos em laboratórios e dividi-los em castas. Relações particulares são mal vistas e drogas são usadas para condicionar os cidadãos a seguirem as regras vigentes. O protagonista Bernard Marx pertencia à casta dos Alfa-Mais mas, ao contrário destes, não tem porte atlético e é bonito. Ele, então, visita a Reserva dos Selvagens, que mantinham costumes antigos como casar e ter filhos. Lá, conhece Linda, uma mulher que engravidou e conseguiu se exilar na reserva. Bernard resolve levar o filho dela, John, de volta à civilização.
1984, de George Orwell (1949)
Título que popularizou o termo Big Brother (O Grande Irmão), “1984” apresenta um governo autoritário, que vigia os cidadãos por meio de câmeras ligadas interruptamente. Além disso, o governo apaga registros históricos para reescrever o passado de acordo com os seus interesses. A história é narrada por Winston Smith, que se envolve com a Organização Secreta para combater essa estrutura opressora. O professor pode ainda relacionar temas como Segunda Guerra Mundial e Guerra Fria ao livro.
Eu, robô, de Isaac Asimov (1950)
Clássico do escritor de ficção científica Isaac Asimov, a obra reúne nove contos que relatam a evolução dos robôs ao longo do tempo. O fio condutor é a psicóloga roboticista Susan Calvin, que relata o seu trabalho. As histórias convidam o leitor a refletir sobre temas diversos, incluindo religião e sua própria humanidade.
A revolução dos bichos, de George Orwell (1954)
Livro popular no vestibular, narra um grupo de animais que se rebela contra o dono da fazenda. Trata-se de uma alegoria para a Revolução Russa, de 1917. Apesar de se considerar socialista, o autor se mostrava descontente com o caráter autoritário e antidemocrático dos bolcheviques.
O conto da Aia, de Margaret Atwood (1985)
Um estado teocrático e totalitário sem imprensa, cultura, liberdade de expressão e onde qualquer critico ao governo é assassinado. Na república de Gilead, ex-Estados Unidos, mulheres não têm direitos e são dividias em categorias com funções para o estado. Caso das aias, que são destinadas a procriação, e das não-mulheres – viúvas, lésbicas e feministas condenadas ao trabalho forçado.
A rainha vermelha , de Victoria Aveyard (2015)
O mundo é dividido em duas castas: as de sangue vermelho e prateado. A primeira reúne plebeus e pessoas humildes cujo destino é servir uma burguesia prateada com poderes sobrenaturais. Tudo muda quando a jovem Mare Barrow, de sangue vermelho, descobre que também possui poderes místicos.