Linguagem clara, ilustrações chamativas e familiaridade com o gênero são alguns dos atrativos dos quadrinhos em sala de aula, em conteúdos voltados para alunos da educação básica. Ao contrário do que muitos imaginam, porém, o uso pedagógico das HQ’s na escola não precisa ficar restrito às aulas de língua portuguesa, inglesa ou literatura. Esse gênero pode ser o ponto de partida para práticas, atividades e sequências didáticas das mais diversas disciplinas, incluindo ciências, matemática, física, química, história, geografia e, claro, artes.
Para completar, os gibis também ajudam a relacionar diferentes saberes em projetos interdisciplinares, possibilitando que a escola ofereça uma aprendizagem mais próxima da realidade de seus estudantes. A seguir, listamos seis obras que ajudam o professor a incorporar os quadrinhos em sala de aula. Em comum, apresentam sugestões de práticas educativas e orientações didáticas para docentes de diferentes disciplinas.
Como usar as histórias em quadrinhos na sala de aula
Angela Rama (Autor) e outros, Editora Contexto, 2004
Em capítulos específicos, os autores apresentam exemplos práticos, sugestões de atividades e orientações didáticas para diferentes disciplinas da educação básica, como língua portuguesa, história, geografia e artes. A obra ainda traz um guia sobre a linguagem dos quadrinhos para contextualizar os docentes sobre o gênero, auxiliando em seu trabalho em sala de aula.
Histórias em quadrinhos e práticas educativas. Os gibis estão na escola, e agora?
Elydio dos Santos Neto e Marta Regina Paulo da Silva, Editora Criativo, 2015
Este livro estimula as práticas educacionais que tenham as histórias em quadrinhos e os fanzines como ponto de partida. Para isso, a obra conta com artigos escritos por diferentes pesquisadores da área de educação. Estes oferecem dicas e inspirações para usar as HQ’s como ferramenta didática e inovar no processo de ensino e aprendizagem. O livro também complementa o volume “Histórias em Quadrinhos e Práticas Educativas – O Trabalho Com Universos Ficcionais e Fanzines”, editado em agosto de 2013.
Quadrinhos na educação – Da rejeição à prática
Valdomiro Vergueiro e Paulo Ramos, e-Book, 2009
O livro ajuda os professores da educação básica a compreenderem a linguagem do gênero e a explorar adequadamente suas possibilidades dentro da realidade de cada escola. Para isso, apresenta caminhos didáticos usando como exemplo as obras em quadrinhos incluídas pelo governo na lista do Programa Nacional de Biblioteca da Escola (PNBE). As sugestões são apresentadas em diferentes gêneros: biografias, literatura em quadrinhos, mangás, quadrinhos infantis, quadrinhos de aventura e humor.
A educação está no gibi
Djota Carvalho, Papirus, 2007
O professor de comunicação social, jornalista e cartunista DJota Carvalho apresenta possibilidades de utilização dos gibis em sala de aula como ferramenta didática e também para compor atividades multidisciplinares. A obra inicia situando o professor sobre o universo do gênero, trazendo sua história, particularidades e a relação intrínseca com a educação. Na sequência, propõe exercícios que abrangem diferentes tipos de quadrinhos: infantis, de super-heróis e mangás. As atividades podem ser aplicadas em todas as disciplinas.
Ensinar ciências nos anos iniciais com histórias em quadrinhos: A criação de sessões de leitura
Letícia dos Santos Carvalho e André Ferrer Pinto Martins, Editora Appris, 2020
A criação de sessões de leitura ajuda a relacionar o ensino das ciências naturais com o gênero quadrinhos. Para isso, as autoras utilizam seis histórias de Turma da Mônica, de Mauricio de Sousa, que dialogam com o currículo da disciplina no ensino fundamental 1.
Práticas de leitura de histórias em quadrinhos no ensino fundamental
Helainne Robertha Alves de Oliveira Dias e Veronica Branco, Editora Appris, 2020
A obra apresenta sugestões de práticas de leitura realizadas com o gênero história em quadrinhos (HQ). A proposta é que os professores organizem as atividades por sequência didática, possibilitando a interação entre os alunos e que estes possam socializar o conhecimento. Como base teórica, são usados autores da aprendizagem como Lev Vygotski.
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