A aquisição de armas de fogo e munições está maior e mais fácil no Brasil, reflexo de uma política armamentista do governo federal. Desde janeiro de 2019, foram mais de 30 decretos e atos normativos que, na prática, abrandaram as exigências para a posse e o porte, aumentaram a quantidade de armas e munições que o cidadão pode possuir, liberaram o comércio de armas antes restritas às forças de segurança pública e dificultaram a fiscalização e o rastreio de balas.

Mais armas, mais mortes

No debate sobre a questão armamentista, um argumento comum é o de que, com uma arma em casa, o cidadão tem mais chances de conseguir se defender caso seja atacado por criminosos. Para o gerente do Instituto Sou da Paz, Bruno Langeani, no entanto, essa ideia está equivocada, e ter uma arma em casa, na verdade, aumenta os riscos para os moradores. “Quando a gente olha pesquisas tanto internacionais quanto nacionais, consegue ver que o aumento de armas nas residências está relacionado com o aumento de mortes de vários tipos”, afirma o especialista.

Segundo o levantamento do pesquisador no livro “Arma de fogo: Gatilho da violência no Brasil”, a falta de mecanismos de controle e rastreamento e o aumento da circulação de armas tem relação direta com o aumento da violência. Nesta entrevista, o especialista checou as principais afirmações presentes hoje no debate sobre armas no Brasil e trouxe dados sobre o tema.

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