As políticas para a pessoa com deficiência seriam ainda mais eficientes se considerassem as diferenças de gênero. Esse é um dos apontamentos do guia online “Mulheres com deficiência: garantia de direitos para exercício da cidadania”, elaborado pelo coletivo feminista Helen Keller. O material teve apoio da União Europeia e discute temas como direitos sexuais e reprodutivos, de acesso à saúde, à educação inclusiva e a autonomia econômica pela mulher com deficiência.
“O primeiro passo consiste em avaliar se a dimensão de gênero é pertinente para a política em questão, dispondo de dados agregados por gênero e em seguida perguntar, por exemplo, se existem diferenças nesse âmbito entre as mulheres e os homens no que se refere ao acesso aos direitos básicos, aos recursos, à sexualidade, à participação social etc.”, aponta o documento.
Além disso, a publicação relembra a vulnerabilidade dessa população em relação à violência sexual e doméstica. O último capítulo ainda aborda a mulher com deficiência que se encontra também em outros grupos que exigem políticas públicas específicas, como LGBTI+, indígenas, trabalhadoras sexuais, negras, pessoas com HIV, entre outras.
Aproximadamente 45,6 milhões de pessoas com deficiência vivem no Brasil (IBGE, 2010). O percentual da população feminina com pelo menos uma das deficiências investigadas é superior ao da população masculina: 26,5% contra 21,2%.
O maior percentual de pessoas com pelo menos uma deficiência declarada está na população negra (3.884.965 pessoas) e de origem asiática (569.838 pessoas). A população indígena possui o menor percentual, com 165.148 pessoas.
Veja mais:
Sem sites e aplicativos acessíveis, pessoa com deficiência se expõe mais à infecção durante pandemia
Universitários com paralisia cerebral contribuem para que faculdades repensem inclusão
Crédito da imagem: reprodução guia “Mulheres com deficiência: garantia de direitos para exercício da cidadania”