Há uma relação entre um projeto de economia baseado na destruição de habitats naturais e doenças pandêmicas, como a provocada pelo novo coronavírus (covid-19). O alerta é feito no e-book gratuito “Covid 19, meio ambiente e políticas públicas”, publicação do Grupo de Economia do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
A iniciativa traz textos simples e didáticos com economistas sobre a necessidade de políticas públicas que fomentem uma economia verde. A preservação do meio ambiente é tida como fundamental para prevenir surtos provocados por zoonoses, que são doenças infecciosas que se originam no contato dos seres humanos com animais selvagens.
“Esses surtos epidêmicos estão relacionados à perda de habitats naturais e à redução da diversidade biológica decorrentes do avanço desordenado do mundo construído sobre o mundo natural, do desmatamento, da caça e do manejo inadequado de animais silvestres”, explica o sociólogo, cientista político e escritor Sérgio Abranches, na apresentação da obra.
“No organismo deles, os vírus estão em estado de equilíbrio. Quando encontram um organismo exótico como o nosso, adaptam-se e, na mutação evolutiva, tornam-se letais”, diz o especialista, que conclui: “As pandemias não são produtos da natureza, são produtos da ação humana predatória sobre (ela)”.
Com capítulos assinados por pesquisadores do tema, o livro defende um projeto econômico com baixa emissão de carbono e que garanta uma relação harmônica da sociedade humana com os ecossistemas naturais. “Um novo pacto verde de progresso, que contemple crescimento sustentado compatível com o desenvolvimento sustentável. As pandemias derivadas do contato inadequado e predatório com a natureza demonstram que as políticas de preservação e conservação são também uma questão de saúde humana”, reforça a publicação.
Veja mais:
Documentário online discute como negócios podem impulsionar ações pela natureza
Economia limpa: crescimento deve caminhar junto com preservação ambiental
Empresas prejudicam o meio ambiente ao produzirem intencionalmente artigos pouco duráveis
Crédito da imagem: reprodução capa do livro/Carlos Eduardo Frickmann Young