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Marcelo Abud

Em 2015, o rompimento da barragem de Fundão, localizada no subdistrito de Bento Rodrigues, a 35 km do centro do município brasileiro de Mariana (MG), provocou o vazamento de rejeitos com o maior impacto ambiental da história do Brasil. Tragédias como essa poderiam ser evitadas se a economia do meio ambiente fosse levada em conta.

Para o professor doutor do Departamento de Economia da Universidade de São Paulo (USP), Ariaster Chimeli, entrevistado neste podcast, economia e meio ambiente são dois temas que possuem conexão. No áudio, o especialista explica como a lógica econômica pode se beneficiar quando vem acompanhada de pensamento estratégico e de longo prazo, valorizando a preservação ambiental. Por outro lado, toda a sociedade pode pagar um preço alto se houver descompasso entre interesses privados e bem-estar da população.

Por muito tempo, o foco maior da economia foi o controle da inflação, crescimento e geração de emprego, sem dar muita importância para a relação com o meio ambiente. À medida que problemas como o aquecimento global se tornam evidentes, esse tema ganha relevância. “Quando a gente fala em economia limpa, pensa na geração de crescimento e bem-estar econômico, mas ao mesmo tempo com a preocupação de minimizar impactos ambientais”, afirma o economista.

O Brasil possui uma enorme biodiversidade e, por isso, uma posição estratégica em relação ao assunto. Abrir mão desta importância deve trazer prejuízos. “A questão ambiental e das mudanças climáticas é um fórum internacional onde o país tem algo a dizer, onde ele é ouvido e isso pode ser usado estrategicamente para os interesses nacionais”, conclui.

Ariaster Chimeli acredita que país não pode deixar meio ambiente de lado, ao visar crescimento da economia (crédito: Giane Portal)

 

Links:
Estudo “The Green Transition: Good for the Planet, Good For Workers?”, desenvolvido por Olivier Deschenes
Site Economia do Meio ambiente, mantido pelo professor Ariaster Chimeli

Créditos:
As músicas utilizadas na edição do áudio, por ordem de entrada, são: “Nada será como hoje” (Guilherme Arantes), “Angra dos Reis” (Renato Russo, Renato Rocha e Marcelo Bonfá), com Legião Urbana, “Tempo Rei” (Gilberto Gil). A música de fundo é de Reynaldo Bessa.

Crédito da imagem: weerapatkiatdumrong – iStock

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