Leonardo Valle
A Assembleia Geral das Nações Unidas intitulou o período entre 2021 e 2030 como a “Década da ONU sobre Restauração de Ecossistemas”. O marco tem como objetivo intensificar a restauração de ecossistemas degradados e destruídos para combater a crise climática e melhorar a segurança alimentar, o fornecimento de água e a biodiversidade.
Segundo a entidade, alguns ecossistemas são peças-chave para serviços essenciais à alimentação e à agricultura, incluindo fornecimento de água doce e proteção de espécies, como peixes e polinizadores, que se encontram ameaçadas. Contudo, até 2050, a degradação e as mudanças climáticas poderão reduzir o rendimento das colheitas em 10% a nível mundial e até 50% em certas regiões.
De acordo com dados da organização, a degradação dos ecossistemas terrestres e marinhos afeta 3,2 bilhões de pessoas em todo o mundo, além de custar aproximadamente 10% da renda global anual. Por sua vez, a restauração de 350 milhões de hectares de terras degradadas até 2030 poderia gerar US$ 9 trilhões em serviços ecossistêmicos e remover de 13 a 26 gigatons adicionais de gases do efeito estufa da atmosfera.
Desenvolvimento sustentável
A restauração de ecossistemas também é fundamental para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas, os ODS, principalmente os relacionados às mudanças climáticas, erradicação da pobreza, segurança alimentar, bem como conservação da água e da biodiversidade.
Para viabilizar a iniciativa, a década sobre restauração de ecossistemas pretende reunir apoio político, financeiro e conhecimento científico produzido pelas nações do globo.
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