Leonardo Valle
Em todo o mundo, mais de 2,3 bilhões de pessoas ainda sofrem com a falta de saneamento básico. Segundo o documento produzido pela ONU Água, “Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 6
Relatório-síntese 2018 sobre Água e Saneamento”, o acesso universal não será atingido até 2030, de acordo com as tendências atuais. A publicação se baseou nos dados mais recentes sobre os 11 indicadores que compõem o ODS 6.
A publicação ainda aponta que garantir esse direito significa providenciar serviços básicos a 844 milhões de pessoas e melhorar qualidade do que já é oferecido a 2,1 bilhões de pessoas. Além disso, apenas 27% da população dos países menos desenvolvidos têm acesso à água e sabão para lavar as mãos.
Desigualdade é prejudicial
Para atingir as metas da ODS 6, o relatório sugere que melhorar a qualidade da água disponível no mundo, combatendo a poluição ainda nas fontes, pode aumentar sua disponibilidade. A economia vinda do setor agrícola também é fundamental para ampliar esse acesso. Atualmente, a agropecuária é responsável por aproximadamente 70% das extrações globais de água doce.
Outra indicação é a manutenção de ecossistemas relacionados ao recurso para garantir bem-estar à sociedade e segurança econômica. A ONU Água informa que o planeta perdeu 70% de zonas de água doce naturais ao longo do último século.
O acesso à água e ao saneamento básico ainda esbarra em financiamento, com mais de 80% dos países reportando não disponibilizarem recursos suficientes para atender às demandas da população.
Por fim, é necessária uma boa governança da água, fornecendo condições políticas, institucionais e administrativas para o seu uso, assim como combater as desigualdades sociais. “A Agenda 2030 não terá sucesso se os governos falham em apoiar as pessoas mais vulneráveis”, aponta o documento.
A entidade também lançou uma versão com os destaques da publicação, disponível em sete idiomas.
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Crédito da imagem: Trey Ratcliff/Creative Commons