Em ocasiões como o Natal, é comum ver ações voluntárias de pessoas fazendo visitas em casas de repouso para idosos e, também, grupos se mobilizando para entregarem brinquedos em abrigos de crianças e adolescentes.
Perguntas como “por que só em datas específicas?” e “por que tantas pessoas querem ser voluntárias e não conseguem?” fizeram três programadores pernambucanos olharem ao redor e enxergarem uma oportunidade no Recife (PE).
Movidos pela vontade de mudar esse cenário, Thiago Martins (21), Hugo Silva (21) e Samuel Souza (20) tiveram uma ideia: “Por que não criarmos uma plataforma onde a gente possa reunir, em um mesmo local, informações, voluntários e instituições que atendem crianças ou idosos?”, conta Thiago.
Após um período de análise, consulta, visitas a lares e abrigos, os empreendedores resolveram tirar a ideia do papel e se inscreveram no Campus Mobile, programa de inovação e empreendedorismo do Instituto Claro, em parceria com o Laboratório de Sistemas Integráveis da USP (LSI-TEC USP).
“A ideia de inscrever o projeto veio com um e-mail de nosso professor da Universidade Federal de Pernambuco. Vimos a chamada para o concurso e enviamos. Nós fomos sem grandes expectativas, já que o concurso aceitava iniciativas em diferentes fases de criação”, relembra Thiago.
Assim, surgiu o Padrinhos Mágicos, plataforma de voluntariado que utiliza um sistema de match (combinação) entre voluntários e instituições. Por meio de uma plataforma, usuários podem organizar ações, encontrar informações sobre eventos que irão acontecer e descobrir quais instituições precisam de voluntários.
Martins ainda lembrou: “Antes do Campus Mobile, o projeto Padrinhos Mágicos basicamente não existia. Nós tínhamos a ideia e sabíamos o que queríamos com ela. Quando fomos selecionados para a fase de desenvolvimento, percebemos que teríamos chances de desenvolver a nossa ideia”.
O percurso foi longo: a necessidade de novos aprendizados, testes, habilidades técnicas e tempo tornaram o processo mais desafiador. “Uma das maiores dificuldades foi ter que aprender uma nova linguagem e igualar nosso nível de aprendizado para que pudéssemos agilizar o desenvolvimento”, afirmou Samuel Souza.
Para Hugo Silva, responsável pela comunicação do app, o Campus Mobile auxiliou na construção da ideia e na troca de experiência. “Na semana presencial, conhecemos outras equipes, nos dedicamos ainda mais e trocamos informações que ajudaram nossa ideia a se concretizar”, destacou.
Após a vitória no Campus Mobile na categoria Smart Cities, os planos da equipe são de levar o app para outros municípios além de Recife e fortalecer a comunidade dentro da plataforma, para que novas ações de voluntariado aconteçam na região. Como prêmio do concurso, os jovens receberam uma quantia em dinheiro e uma viagem para o Vale do Silício, nos Estados Unidos, que acontece em setembro.
Atualmente, o app já está disponível para usuários Android e tem lançamento previsto até o final do ano para iOS. Saiba mais sobre a iniciativa no site dos Padrinhos Mágicos.
Além de Smart Cities, a 7ª edição do Campus Mobile também contou com participantes nas categorias Educação, Diversidade e Smart Farms. Nos próximos meses, apresentaremos entrevistas com os criadores de cada um dos demais projetos vencedores!