A fórmula de Baskhara é aprendida no final do ensino fundamental e auxilia na resolução de equações do segundo grau. O conceito pode soar abstrato aos alunos, motivo que levou o professor da Escola Técnica Estadual (Etec) de Jacareí (SP), Fábio Aparecido da Silva, a desenvolver um experimento que explicasse o conteúdo utilizando foguetes criados com garrafas PET.
A ideia surgiu em 2007 por meio de um estudante que era apaixonado pelo objeto. Desde então, Silva utiliza o procedimento com as turmas do 1º ano do ensino médio. “Pesquisei sobre o assunto e, para a minha alegria, a escola tem um campo de futebol que facilitaria muito este tipo de atividade”, conta o professor, que trabalha com duas formas de lançamento. A primeira é verticalmente para cima, com paraquedas e sob um ângulo de 90º. A segunda, de modo oblíquo, sob os ângulos de 45º e 60º.
“A partir dessa etapa, é possível trabalhar conceitos como resolução da equação do 2º grau (completa ou incompleta); coordenadas do vértice da parábola (função do 2º grau); pontos de máximo e mínimo de uma parábola e gráficos da equação do 2º grau no plano cartesiano”, ensina.
Mão na massa
Para realizar os experimentos, a turma é dividida em grupos de cinco alunos. Silva apresenta dois tutoriais sobre como construir foguetes de água, desenvolvidos pelo professor Leonel Cardoso, do Instituto Federal de Santa Catarina. O primeiro vídeo ensina a construir um foguete usando duas garrafas PETs de mesmo tamanho, fita adesiva, tesoura, balão de aniversário e uma pasta de plástico ou papelão.
Já o segundo tutorial ensina a elaborar a base que fará o lançamento 90º em relação ao chão. “Lembre aos estudantes que, se a montagem do objeto e da plataforma for realizada na residência deles, o processo deverá ser acompanhado sempre por um responsável para não acontecer acidentes”, alerta.
O docente marca uma data para tirar dúvidas dos alunos, analisar as construções e o andamento de cada grupo. Na sequência, é realizado um teste de lançamento, para a turma perceber os erros cometidos. “Fazemos os ajustes necessários tanto no foguete como na base. Nesse momento, há a troca de experiência entre eles”, complementa.
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O último dia é o campeonato de lançamento de foguetes. “Eu coloco a pontuação de acordo com o tempo de queda do objeto com o paraquedas aberto. Ou seja, quanto mais tempo aberto, maior a pontuação”, ensina.
Segundo Silva, como a atividade é realizada no campo de futebol, não há ocorrência de acidentes. “O professor, contudo, deve monitorar todas as etapas”, orienta. Após o término, os itens são descartados em locais próprios para a reciclagem.
“Depois de alguns anos fazendo este experimento percebi mudanças no comportamento dos alunos. Estavam mais participativos e trocavam experiências. Além disso, os estudantes que tinham facilidade na montagem do experimento ajudavam quem tinha dificuldade”, revela.
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