Professores que buscam formas de avaliação diferenciadas e que contemplem a formação integral dos alunos podem ter na avaliação por portfólio uma opção.

“Trata-se de uma coletânea de registros das atividades realizadas pelos estudantes em sala de aula, reunidas em uma pasta individual. O objetivo é o acompanhamento e a avaliação da aprendizagem escolar a partir de critérios”, explica a doutoranda em ciências da educação e professora de língua portuguesa no Colégio Estadual Juiz Jorge Faria Góes, em Feira de Santana (BA), Maria Iara Rodrigues.

“Entre seus benefícios, está a possibilidade de utilização em todas as etapas de ensino, em uma única disciplina ou de modo interdisciplinar”, acrescenta.

A ferramenta funciona da seguinte forma: o docente elege um tema, que pode contemplar, ou não, mais de uma disciplina. Na sequência, também escolhe um conteúdo que já foi ministrado em aula e que orientará a atividade ou o projeto a ser proposto aos alunos.

“Elabore uma atividade que possa ser realizada continuamente em várias aulas, passo a passo. Elenque seus objetivos e estabeleça os critérios avaliativos e valores numéricos para eles, criando uma tabela de acompanhamento”, ensina a professora, que aplica a metodologia com suas turmas desde 2018.

Ela será aplicada por etapas e, conforme cada uma delas for concluída, os critérios estipulados para ela são avaliados.

“Ao final, os docentes devem atribuir uma nota a partir da somatória de todo o processo e organizar as atividades em uma pasta. Para isso, ele irá somar os valores e dividir pela quantidade de atividades ou disciplinas”, orienta.

Critérios globais

De acordo com Rodrigues, a metodologia permite acompanhar a evolução do aprendizado do aluno e a identificar as dificuldades e os pontos que precisam ser reforçados.

“É possível verificar mudanças de hábitos, atitudes, evolução, dificuldades na aprendizagem e muitos outros. Para isso, devem ser observados procedimentos, atitudes e conceitos”, enfatiza. “O processo também ajuda a determinar as ações a serem realizadas e a traçar um panorama geral da classe”, apresenta ela.

Outros benefícios incluem maior integração de professores e estudantes no processo de ensino e aprendizagem, estruturação do trabalho interdisciplinar e oferta de subsídios para o educador refletir e tomar decisões.

“Pode ser utilizada como instrumento de avaliação processual e formativa, pois ainda atende aos objetivos de autoavaliação e avaliação dos alunos por colegas e docentes”, justifica.

O início da aplicação da avaliação por portfólio no Colégio Estadual Juiz Jorge Faria Góes trouxe desafios tanto para os estudantes quanto para os professores.

“Os alunos apresentaram dificuldades iniciais em seguir o procedimento. Já os docentes, em avaliar o estudante qualitativamente, observar as dificuldades e tentar minimizá-las no dia a dia, assim como convencer os outros professores da seriedade e do bom resultado desse instrumento avaliativo”, relembra.

Para os educadores que desejam aplicar a avaliação por portfólio, Rodrigues fornece algumas dicas valiosas. “Experimente esse instrumento avaliativo com poucas disciplinas. Começamos com duas, história e matemática, e, hoje, o trabalho envolve todas”, comemora.

“Não deixem de estabelecer os critérios avaliativos e unificá-los e sejam prudentes e justos na avaliação. Afinal, ela permite o contato direto com o aluno para que estejamos atentos a tudo”, finaliza.

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Crédito da imagem: NuPenDekDee – iStock

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