Alunos e professores podem conhecer um pouco mais sobre os sítios arqueológicos da Amazônia. Pesquisadores do laboratório de arqueologia do Instituto Mamirauá resgataram vestígios de povos antigos na região do médio Solimões. O material rendeu dois vídeos sobre o assunto, disponibilizados gratuitamente no canal da instituição.
Os vídeos “Amazônia Pré-colonial – Arqueologia e conservação” e “Amazônia Pré-colonial – Boa Esperança” trazem a rotina de escavações, coleta e análise de vestígios e conversas com a comunidade local. Os pesquisadores contam ainda sobre os preparativos da expedição, dados da cultura dos antigos povos que habitaram aquela região e como as recentes descobertas feitas pela arqueologia se conectam ao que já se sabe sobre o passado da Amazônia. Confira 10 links para entender a Amazônia hoje.
“A ideia é mostrar um pouco sobre as discussões que permeiam a história da Amazônia. Isso inclui temas como o manejo ambiental realizado pelas populações indígenas no passado, a antiguidade de suas ocupações, as diferentes culturas que se manifestaram nessa região e de que maneira esse patrimônio é incorporado pelo moradores locais”, afirma o arqueólogo do Instituto Mamirauá, Eduardo Kazuo.
Vestígios ancestrais
Os pesquisadores consultaram fontes documentais, entrevistaram antigos moradores e visitaram espaços públicos e propriedades privadas com indícios de cultura material secular. Foram coletados vestígios de ocupação humana ancestral, como as camadas de “terra preta arqueológica” (também chamada de “terra preta de índio”), pedaços de cerâmica, carvões e material lítico (rochas e minerais).
Segundo Kazuo, as duas produções ajudam a desmistificar a ideia de que as populações indígenas são “atrasadas”. “Cada vez mais, descobrimos que existiam várias aldeias de grandes dimensões, com centenas de pessoas vivendo em abundância de recursos naturais e manejando toda a floresta para que toda essa riqueza nunca se esgotasse”, relata.
“Infelizmente, com a chegada dos colonizadores europeus, todo esse conhecimento milenar e tecnologia ambiental avançada se perdeu com a escravidão, guerras e doenças. Cabe agora, aos pesquisadores, desvendar essa história enterrada sob os nossos pés”, finaliza.
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