O “Aldeias Sonoras” trouxe, em cada um dos 40 programas da série, um tema da cultura indígena que é tratado a partir da experiência de uma tribo ou aldeia. Aborda, entre outras temáticas, a relação de seus habitantes com a natureza, as crenças, a convivência com as novas tecnologias, a educação formal, a cozinha, o primeiro contato com a metrópole e seus mitos.
Também, a música está presente em todos os programas, mostrando a riqueza e diversidade cultural do país. Confira abaixo uma seleção do programa “Aldeias Sonoras”, projeto que contou com o apoio do portal NET Educação.
Na estreia, a série conta quantos povos indígenas há no Brasil, e mostra qual a relação desses povos com a nação brasileira. O programa conta com participação do líder indígena Ailton Krenak, que há quase 30 anos luta para que os direitos dos povos indígenas sejam reconhecidos pelo governo.
Uma parceria com o Google Earth firmada em 2007 permitiu que o povo Paiter monitorasse seu território incorporando novas tecnologias, como o celular, o GPS e as imagens via satélite. As inovações ajudaram o povo indígena a proteger seu território, denunciar a presença de invasores e recuperar áreas degradadas, entre outros benefícios.
Nesse episódio, o programa fala de como foram os contatos iniciais entre os povos indígenas e seus colonizadores, além de explicar como está a relação hoje entre os indígenas e os representantes do governo brasileiro em suas terras. O ponto alto é o relato de um xavante sobre os primeiros aviões que sobrevoaram a aldeia da tribo no final da década de 1940.
O cinegrafista Divino Tesereté é o destaque deste episódio. Um dos videomakers mais premiados do Brasil, neste programa ele explica qual o papel do vídeo em preservar e documentar as mudanças na cultura índigena, além de falar de sua própria história, das origens à decisão de criar em vídeos.
Na época em que o programa foi ao ar, o censo indígena contabilizava mais de 230 etnias, capazes de falar 180 idiomas no Brasil. O foco foi mostrar a partir de quando e de que maneira os povos indígenas lidam com a educação formal e, do outro lado, de que modo o Estado e as aldeias encaram as escolas indígenas.
A partir de entrevistas com quatro universitários indígenas, o programa detalha os entraves com que estes estudantes e suas comunidades têm de lidar ao buscar uma graduação, mesmo com o sistema de cotas.
Com os depoimentos de professores de escolas estaduais em três aldeias de São Paulo, o programa aborda a realidade e os problemas desses lugares, o currículo dessas escolas e a questão do bilinguismo (idioma materno-português), entre outros temas. Além disso, detalha as dificuldades burocráticas e culturais enfrentadas por essas instituições de ensino.
O programa trata da concepção e implementação dos Centros de Educação e Cultura Indígena (CECIs), idealizados a partir de 2001 pela Secretaria Municipal de Educação da capital paulista. O projeto partiu de propostas de lideranças de aldeias do povo Guarani, preocupadas com a educação de suas crianças em temas como técnicas de artesanato e preservação da história oral do povo.
Uma sessão musical composta unicamente das flautas de nove tribos indígenas: Assurini, Enawenê Nawê, Guarani, Krikati, Nambikuara, Terena, Tukano, Waiana Apalai e Wayãpy. O objetivo é enfatizar a importância desse instrumento na cultura e representação desses povos.
Neste episódio, o programa traz a história de Tainá, a estrela amante. É uma fábula de origem do povo Karajá, autodenominado Iny, e que virou um livro escrito e ilustrado por Ciça Fittipaldi, ilustradora e consultora do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) para a Educação Indígena, nas áreas de comunicação e arte.
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