"A visão que se tem do índio ainda é genérica. Tentamos  revelar  que são
parte da população contemporânea", diz antropóloga (Crédito: reprodução ISA)
 
Quem são os índios do Brasil? Onde vivem? Como aprendem? Quais são suas brincadeiras? Essas e outras informações que despertam as crianças foram reunidas no site “Povos Indígenas no Brasil Mirim”, uma iniciativa do Instituto Socioambiental que aborda a cultura indígena por meio de vídeos, jogos, avatares e textos produzidos pelos próprios índios. Após conquistar mais de um milhão de acessos, o site ganhou a versão impressa em formato de livro.
 
“Já possuíamos a enciclopédia Povos Indígenas do Brasil, que tem textos detalhados sobre cada povo, assinados por antropólogos. Diferente da enciclopédia, queríamos um material destinado às crianças que fosse mais geral e resolvesse mal entendidos. Que mostrasse a diversidade dos povos, pois não existe um único modo de ser indígena no Brasil”, explica a antropóloga e coordenadora do projeto, Tatiane Klein. 
 
A expectativa é que o livro seja mais uma ferramenta nas escolas para desmistificar estereótipos. “Existem hoje informações nos livros didáticos e livros escritos por autores indígenas, mas ainda percebemos que a visão que se tem do índio é genérica, de que eles estão no passado e são aculturados. Tentamos revelar que os índios são parte da população contemporânea, têm projetos de futuro, contribuem para o patrimônio histórico e cultural do Brasil e não são peças de museus. Mostrar o cotidiano deles e aproximar a criança indígena da criança não indígena. Mostrar que, mesmo longe da aldeia, a pessoa indígena continua sendo indígena”, completa Tatiane.
 
Avatares no site "Povo Indígenas no Brasil" (Crédito: reprodução ISA)
 
O material traz ainda um mapa com todas as famílias linguísticas indígenas e trata questões atuais, como o problema da demarcação de terras. “Dentro de cada tema, falamos dos povos”, diz.
 
Muito além do dia do índio
Dados do site “Povos Indígenas no Brasil Mirim” mostram um pico de acesso anual durante o Dia do Índio, seja de professores ou de alunos buscando informações para fazer trabalhos. “A escola muitas vezes trata o índio apenas como curiosidade ou um breve tópico durante essa semana. Porém, percebemos hoje, pelos comentários, que as crianças estão melhor informadas”, comemora.
 
Para a antropóloga, a escola poderia ir além de materiais textuais e trazer para os alunos livros e documentários produzidos por autores indígenas. Além disso, ela sugere convidar lideranças indígenas para conversar com as crianças. “Possuímos terras, povos e comunidades espalhados pelo Brasil todo, perto das pessoas, e elas não sabem. Há, inclusive, professores indígenas abertos ao diálogo com as escolas”, indica.
 
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