Um produto de higiene natural pode ser caseiro ou industrializado. “É caseiro quando elaborado por qualquer pessoa com vegetais, minerais ou substâncias como o mel. Se industrializado, pode usar emulsificantes e conservantes sintetizados a partir dessas plantas, descartando a utilização de derivados de petróleo e sendo biodegradáveis”, explica a professora de cosmética consciente Carol Cronemberger. Caso não levem nenhum produto de origem animal, como cera de abelha ou leite, os produtos podem ser considerados também veganos.

Os industrializados têm a vantagem de economizarem tempo e serem acessíveis para mais pessoas. “Porém, penso que o conceito de produto natural deve ser mais abrangente, incluindo também os cuidados da empresa com a embalagem, resíduos e no tratamento com os funcionários da produção”, alerta a professora. Independente de o produto de higiene natural ser caseiro ou industrializado, Cronemberger lembra que gostos e resultados são individuais, dependendo do tipo de pele ou idade, por exemplo.

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“A natureza jamais produziu coisas em série e idênticas. Uma mesma fruta pode ter gosto e aparência diferente dependendo da região do mundo onde foi cultivada. O importante é testar e conhecer o seu corpo para saber se aquilo funcionará ou não para você”, refete. Confira, a seguir, algumas dicas de opções de xampu, condicionador, sabonete e desodorantes naturais.

Xampu

Pode-se substituir o xampu pelo sabão de coco. “Há marcas mais corrosivas, mas costuma funcionar para muitas pessoas. Leia a lista de ingredientes no rótulo para saber se houve adição de outras gorduras à fórmula, como as animais”, aconselha Cronemberger. Há as bases 100% vegetais vendidas em lojas especializadas, que podem ser acrescidas de óleos essenciais (proporção de 1% a 5%).

Entre os industrializados, xampus em barra exigem menos água na produção, no uso e dispensam embalagens plásticas. “Sabonetes artesanais também podem ser usados como xampu”, diz a especialista. Cronemberg ainda destaca que o xampu tem pH alto, abrindo as cutículas dos fios e retirando moléculas de gordura. “Pode deixar a aparência do cabelo com frizz e ressecada se usado com algo que faça as vezes de condicionador. Porém, nem sempre é necessário lavar o cabelo todos os dias”, avalia.

Condicionador

O vinagre de maçã pode ajudar as cutículas dos fios e dar brilho aos cabelos. “A proporção é de uma parte dele para três de água ou chás como o de camomila. Use-o como um condicionador convencional: aplique, espere e enxague na sequencia”, orienta. Para hidratar cabelos, é possível fazer uma oleação com óleo de coco ou de argam. “Aplique até ficar pingando, aguarde uma hora e lave o cabelo normalmente. Mas não use o vinagre de maçã no mesmo dia”, recomenda.

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Sabonete

Na saponização, uma gordura interage com soda cáustica ou potassa. O processo é demorado e, em sua versão mais natural, pode usar azeite e óleo de coco. “Existem bases prontas nas quais se acrescenta óleos essenciais na proporção de 1% a 10% da mistura”, explica a especialista. O sabão de coco e bases 100% vegetais com óleos essenciais são opções caseiras, assim com a compra de sabonetes artesanais. “Como a pele tem pH neutro e o sabão é alcalino, o ideal é não usar muito”, ressalta Cronemberger.

Desodorante

A aplicação do leite de magnésio funciona para muitas pessoas como um desodorante natural. “Ele desregula o pH da axila, matando bactérias causadoras no mal cheiro”, diz a professora. Há receitas que acrescentam água e óleos essenciais, como os de lavanda. Uma delas, da apresentadora Bela Gil, utiliza 1/2 xícara de leite de magnésio, 1/4 de xícara de água e 1 colher de chá de óleo essencial, sendo lavanda e capim limão boas opções.

Há ainda versões com glicerina e álcool e uma alternativa cremosa, também indicada por Bela Gil, com óleo de coco. Pode-se usar, ainda, a pedra de lume como desodorante. “O ideal é revezar os tipos, para não acostumar as bactérias”, salienta Cronemberger.

Dicas gerais

A especialista alerta que óleos essenciais não podem ser aplicados diretamente na pele, apenas após dissolvidos em base vegetal. Esses óleos são produtos químicos que imitam o aroma, mas não possuem as propriedades benéficas das plantas. “Eles podem ou não ter derivados de petróleo na composição”, diz Cronemberger.

Ela aconselha que pessoas que têm doenças crônicas ou outras condições de saúde devem consultar um médico sobre o uso de óleos essenciais. “O de alecrim, por exemplo pode aumentar a pressão”, alerta. Ela orienta, ainda, que substâncias desconhecidas encontradas no rótulos de produtos naturais industrializados podem ser pesquisada na base de dados online EWG.

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