Leonardo Valle

Aproximadamente 50 milhões de hectares de floresta terão sido devastados em todo o planeta para a produção de commodities, entre 2010 e 2020. A estimativa faz parte do relatório “Contagem Regressiva para a Extinção”, do Greenpeace internacional. No mesmo período, grandes empresas se comprometeram a acabar com o desmatamento em suas cadeias produtivas, mas, segundo a ONG, descumpriram o prazo.

Em 2010, os membros do CGF, que reúne as maiores marcas de consumo do mundo, como Nestlé, Mondelez e Unilever, garantiram erradicar o desflorestamento até 2020 por meio do “fornecimento responsável” de gado, óleo de palma, soja e outras commodities.

De acordo com o Greenpeace, desde 2010 a produção e o consumo de produtos agrícolas vinculados ao desmatamento – como gado, soja, óleo de palma, borracha e cacau – cresceu. Atualmente, 80% dessa devastação global é resultado dessa prática. No Brasil, foram consumidos 2,8 milhões de hectares de florestas e 1,8 milhão de hectares de pastagens naturais no cerrado, entre 2010 e 2017. Nesta área, as principais ameaças são as fazendas de soja e pecuária.

No início de 2019, o Greenpeace solicitou para mais de 50 empresas – entre elas Unilever, Mars, Nestlé e Burger King – que apresentassem seu avanço para eliminar o desmatamento, divulgando seus fornecedores de commodities. Das empresas que divulgaram a informação, todos os fornecedores ou produtores estavam envolvidos com desflorestamento.

Veja mais:
Legado de Chico Mendes, reservas extrativistas ajudaram a frear desmatamento da Amazônia
Desmatamento zero e rotação do gado ajudam pecuária a reduzir impactos ambientais
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Crédito da imagem: Phototreat – iStock

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