Leonardo Valle
Segundo o Greenpeace, o governo brasileiro não atingiu a meta de clima para 2020, em função da redução do desmatamento na Amazônia e no Cerrado, ao contrário do que afirma. A última taxa (2017), contudo, foi de 6.947 km2, ou seja, 77% maior que a meta de, no máximo, 3.925 km2 em 2020.
“Os cálculos que o governo utiliza para anunciar a redução das emissões de CO2 por desmatamento deveriam ser transparentes. Ao incluir na conta as remoções de emissões em terras indígenas e Unidades de Conservação (UCs), o governo levanta uma série de dúvidas. Embora essas terras sejam fundamentais para a proteção das florestas, elas sofrem com invasões, retirada ilegal de madeira, desmatamento e queimadas, o que afeta a capacidade dessas áreas absorverem carbono”, explica a especialista em desmatamento do Greenpeace Brasil Cristiane Mazzetti.
“Já em relação ao uso do Cadastro Ambiental Rural (CAR), ele não é instrumento adequado para medir remoções de gases do efeito estufa”, complementa.
O governo também anunciou uma diminuição de emissões por desmatamento ao mesmo tempo em que propôs medidas entendidas como contrárias, como a redução de áreas protegidas e a Lei 13.465/2017, que incentiva a grilagem de terras. “Propostas que levarão a um aumento do desmatamento e de emissões futuras, colocando em risco, inclusive, o cumprimento brasileiro do Acordo de Paris”, afirmou o Greenpeace em comunicado.
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