Leonardo Valle
A bengala oferece um bom auxílio para a pessoa com deficiência visual na hora dela andar na rua, ajudando a identificar obstáculos como postes, canteiros e degraus. Contudo, o item não é eficiente para aqueles objetos que estão no caminho, mas não têm contato com o chão, como uma janela aberta, placas, portões automáticos, entre outros.
Foi pensando em solucionar esse problema que o estudante Luan de Oliveira, da Escola Técnica Estadual (Etec) Prof. Armando Bayeux da Silva, de Rio Claro (SP), desenvolveu uma pulseira com sensor. Seu objetivo é fazer com essa população tenha mais autonomia na mobilidade urbana.
A peça é utilizada no pulso oposto ao da bengala e alerta mulheres e homens cegos sobre a presença de objetos que se encontram acima da linha da cintura. Seu funcionamento ocorre baseado em um sensor ultrassônico que se comunica com um microcontrolador, semelhante a um chip. Detectado um obstáculo à frente, a pulseira vibra conforme o usuário se aproxima dele.
Para desenvolver a inovação, Oliveira teve a consultoria de pessoas com deficiência visual, que testaram a peça. Seu objetivo, agora, é melhorar o design da pulseira e estudar a possibilidade de comunicação entre o dispositivo e o celular.
De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 2010, o Brasil conta com mais 6,5 milhões de pessoas com alguma deficiência visual. Dessas, 528.624 pessoas são cegas e aproximadamente 6 milhões possuem baixa visão ou visão subnormal.
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