Leonardo Valle
A Fundação Abrinq lançou a edição de 2018 do relatório “Cenário da Infância e da Adolescência no Brasil”. A publicação reúne mais de 20 indicadores sociais relacionados às crianças e adolescentes, como mortalidade, nutrição, gravidez na adolescência, cobertura de creche, escolaridade, trabalho infantil, saneamento básico, acesso a equipamentos de cultura e lazer, violência, entre outros. Os indicadores foram, ainda, relacionados aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da Organização das Nações Unidas.
No recorte que abrange a faixa etária de 0 a 14 anos, por exemplo, o estudo revela que 17,3 milhões de crianças e adolescentes vivem em situação de pobreza, ou seja, com renda domiciliar per capita mensal igual ou inferior a meio salário mínimo. Isso equivale a 40,2% do universo da população total que se encontra em situação de miséria. Já os dados sobre a extrema pobreza – número de famílias que possuem renda per capita inferior a ¼ do salário mínimo –destacam que 5,8 milhões de crianças e jovens de 0 a 14 anos vivem nessas condições.
Os dados ainda revelam que quase 4 milhões de crianças e jovens moram em favelas; 17,5% das adolescentes já são mães; 1/3 dos bebês não tiveram pré-natal adequado; 2,5 milhões de crianças trabalham; 12,5% têm altura baixa para a idade e 15% dos alunos abandonaram o ensino médio.
Na adolescência, é a vez de esse jovem brasileiro ser vítima da violência. O estudo mostra que 18,4% dos homicídios cometidos no Brasil, em 2016, vitimaram menores de 19 anos de idade – quase sempre (80,7%) assassinados pelo uso de armas de fogo.
No site, é possível consultar o Cenário da Infância e pesquisar sobre temas e indicadores relacionados às crianças e adolescentes.