As últimas semanas foram marcadas por protestos organizados entre torcidas de futebol intituladas antifascistas em prol da democracia. Além disso, o assassinato do trabalhador negro George Floyd, nos Estados Unidos, reacendeu em todo o mundo a discussão a respeito do racismo praticado pela polícia. No Brasil, 15 cidades sediaram atos sobre o tema também intitulados antifascistas.
Em podcast da Universidade Estadual Paulista (Unesp), o professor e historiador José Adriano Fenerick explica a origem desse movimento. “O fascismo é um fenômeno do século 20, sendo suas versões mais conhecidas a italiana, com Mussolini, e o nazismo, com Hitler na Alemanha”, descreve.
“Embora muitos historiadores designem a primeira metade século 20 como era clássica , isso pode passar a ideia equivocada de que seja um fenômeno histórico restrito a esse período. Ele surge e não desaparece”, acrescenta.
Já o antifascismo, como o próprio termo sugere, inicia-se como uma oposição. “Quando ficava claro que era impossível ter diálogo na esfera da política, com a contraposição de ideias, movimentos antifascistas iam às ruas”, lembra. O intuito era combater com ação direta e tentar barrar sua ascensão. “A resistência francesa é um exemplo”, pontua o historiador.
Fenerick lembra que o fascismo também foi combatido no plano cultural, por meio de Charles Chaplin. “Um exemplo é o filme ‘O Grande Ditador’”, cita o entrevistado.
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