Leonardo Valle
O curta-metragem “Mundo sem porteira” está disponível gratuitamente na internet. O filme é roteirizado e dirigido pela cineasta Gisela Arantes e aborda o enfrentamento da exploração sexual de crianças e adolescentes nas estradas brasileiras.
O filme apresenta diferentes visões sobre o problema e formas de solucioná-lo. São ouvidos caminhoneiros, organizações para proteção de crianças e adolescentes, educadores, especialistas, vítimas, líderes em Direitos Humanos, entre outros. Também são explicadas as diferenças entre abuso e exploração sexual, bem como suas respectivas causas.
O site do curta-metragem ainda disponibiliza um guia para conduzir debates e discussões sobre a temática após sua exibição.
O documentário contou com a consultoria técnica da Childhood Brasil, organização que atua há mais de 20 anos no enfrentamento do problema.
Segundo o Ministério Público Federal, exploração sexual é quando crianças e adolescentes são usados sexualmente, com a intenção de se obter lucro ou benefício. Já o abuso sexual é o uso de crianças ou adolescentes por um adulto para satisfação sexual. No crime, o agressor não visa remuneração ou o comércio.
Dados do Disque 100 revelam que, em 2018, foram registradas um total de 17.093 denúncias de violência sexual contra menores de idade. Dessas, a maior parte foi de abuso sexual (13.418 casos), seguidos de exploração sexual (3.675).
O Brasil ocupa a 11ª posição no levantamento “Out of the Shadows Index” (em português, Índice Fora das Sombras), que posiciona os países em relação ao enfrentamento do abuso e da exploração sexual de crianças e adolescentes. O indicador foi criado pelo “The Economist”, com o apoio da World Childhood Foundation e da Oak Foundation. O ranking avaliou 40 países e é liderado pelo Reino Unido, seguido por Suécia e Canadá.
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