A transição da educação infantil (EI) para o ensino fundamental (EF) é um período repleto de mudanças para os alunos, pais e educadores. Há novas configurações de espaço, horários, professores e conteúdos mais complexos, além de mais exigências nas avaliações. Não raro, essas novidades podem gerar insegurança e ansiedade nas crianças.

Diálogo e contexto

Segundo a doutora em educação Angélica de Almeida Merli, a transição deve se pautar em um processo de continuidade, abrindo caminhos para interações entre crianças pequenas, crianças grandes, professores e famílias e na formação de um ambiente acolhedor para todos. Ela também defende o diálogo entre professores e gestores da EI e do EF e incentiva o uso de uma documentação. “A criança não chega no primeiro ano sem ter vivido nada, ela tem uma história. E esses registros vão contar sobre o trabalho que foi realizado e sobre como foi para cada uma dessas crianças esses contextos e vivências”, afirma Merli.

Em sua tese de doutorado , defendida na Universidade de São Paulo (USP), Merli se dedicou a entender o processo de transição vivido por educadores e estudantes na rede pública municipal de São Paulo. Nesta entrevista, ela avalia os dilemas e desafios na passagem das crianças de uma etapa de ensino para a outra.

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