As aulas de educação física são focadas, geralmente, em apresentar a história e a prática de determinados esportes aos alunos. Pois foi pensando em experimentar uma nova forma de ensinar a disciplina que o professor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN-Campus Parnamirim), Alison Pereira Batista, criou o projeto “Luz, Câmera, Ação!”. O objetivo era utilizar o cinema e ferramentas audiovisuais para discutir temas relacionados ao universo esportivo. A iniciativa foi realizada em conjunto com o pesquisador Rafael de Gois Tinôco, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (Ufrgn).

“O esporte perpassa várias temáticas sociais importantes, que o cinema também aborda. Entre elas, estão a questão de gênero, a falta de ética, o uso de esteroides para conquistar resultados, o racismo, entre outras”, descreve Batista. “O cinema ajudou a dinamizar o ensino do esporte e tornou as aulas de educação mais motivantes e atrativas”, acrescenta.

Para discutir o esporte como ferramenta de superação, o professor exibiu o filme “Coach Carter: treino para vida”. A película narra a história de um ex-jogador de basquete que, agora professor, usa o esporte para driblar problemas como tráfico de drogas e violência vivenciados em sua escola.

“Para discutir o racismo, indico o filme ‘Invictus’, que narra a tentativa de Nelson Mandela em resolver as heranças do Apartheid sobre o esporte da África do Sul, no momento em que o país sediava a Copa do Mundo de Rugby, em 1995”.

Mão na massa

Além de apreciar e discutir filmes, os alunos também tiveram a oportunidade de colocar a mão na massa. Em uma das aulas, a dupla de professores elaborou quatro roteiros com dois minutos de duração sobre natação, atletismo, futsal e basquete. Os alunos foram convidados a encenar o material.

Alunos durante a gravação dos roteiros (Foto: divulgação – Alison Pereira Batista)

 

Na sequência, os estudantes passaram a roteirizar e produzir seus próprios curtas-metragens sobre temáticas que atravessavam o esporte. “Uma parte da programação das aulas foi destinada justamente para instrumentalizar os alunos em relação às ferramentas audiovisuais, a como gravar em diferentes planos, entender o que é um roteiro, entre outros”, assinala.

Ao final, os curtas-metragens foram disponibilizados online. Para os professores que desejam aplicar um projeto parecido, Batista lembra que o acompanhamento ao longo do processo criativo é fundamental. “É necessário orientar os alunos sobre as adequações do tema, ajudando-os a amarrarem suas ideias. Tudo isso de forma a estimulá-los, sem tolher a criatividade do grupo”, adverte. “Outra dica é estudar um pouco de edição e de técnicas de gravação, que serão necessárias”, garante.

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