O Duolingo é um aplicativo de celular gratuito voltado ao ensino de idiomas que se popularizou por funcionar como um jogo. No entanto, ele também pode ser usado com um viés pedagógico pelos professores na sua versão volta para escolas, o Duolingo for Schools. Ela funciona como um ambiente virtual de aprendizagem e possibilita criar salas com grupos de alunos e ofertar atividades separadas por diferentes níveis de conhecimento.

“A plataforma apresenta uma estrutura gamificada com ranking, passagem de fases, desafios e pontuações. Tudo isso costuma motivar os jovens”, avalia o professor de Língua Inglesa do Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN) – Campus Ipanguaçu Kássio Roberto Brito Soares. O docente associa o currículo do ensino médio técnico com o aplicativo.

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“Por meio dos seus recursos motivacionais, estruturação temática e fórum de discussões, o app oportuniza uma aprendizagem significativa. Ainda possibilita acompanhar o processo de aprendizagem de cada estudante, seja quando utilizam as lições em aula ou em casa”, complementa o pós-graduado em Gestão Educacional e Coordenação Pedagógica Rafael Santana. Ele é autor do artigo “Duolingo: a utilização da plataforma como ferramenta didática para o processo de ensino e aprendizagem em línguas estrangeiras”.

Desenvolvendo vocabulário

Soares recomenda o aplicativo para professores da educação básica que lecionam para o ensino fundamental 2 e médio. “É possível montar atividades que exploram substantivos, adjetivos, advérbios e situações de viagem, alimentação e família. O professor pode direcionar as atividades que deseja”, ensina. Em aulas presenciais, o professor recomenda promover competição online entre os alunos com pequenas lições. “Ou solicitar que os estudantes respondam no próprio celular as lições propostas de acordo com a temática trabalhada, caso todos tenham o aparelho e internet na escola”, explica.

Entender a estrutura gramatical do idioma e conhecer novas palavras são ganhos do aplicativo. “É possível adquirir do vocabulário básico ao avançado. Cabe ao professor adaptar as suas lições de acordo com o seu propósito e ao nível dos estudantes”, pontua Santana. Para completar, também pode ser utilizado fora da escola. “Permite uma aprendizagem móvel, seja quando o aluno está em trânsito ou esperando para ser atendido em um médico ou dentista”, explica.

Oralidade é déficit

Os professores, porém, destacam a oralidade como um déficit de aplicativos de idiomas como o Duolingo. “Ele explora bastante o método de tradução mecânica por apresentar atividades ligadas à memorização, repetição e assimilação”, esclarece Santana. “Há recursos de oralidade, mas eles não são bem desenvolvidos. Como forma de driblar essa dificuldade, recomendo resgatar os temas que os alunos estudaram em casa ou nas aulas para repassar as pronúncias”, indica Soares.

Santana também orienta o professor a trabalhar em cima dos comentários que os alunos relatarem no fórum de discussões. “O docente apresentaria os questionamentos apontados e, a partir disso, iniciaria uma atividade com foco na contextualização, fugindo um pouco da gramática-tradução. Assim como trabalhar conversação com base no que foi aprendido”, ressalta.

Para ele, o uso do aplicativo em aula reforça a importância do papel do professor como mediador, potencializando a aprendizagem dos alunos. “Ele é interessante para refletir sobre o papel do professor frente a uma plataforma digital, já que esta não vem para substituí-lo”, defende.

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