Realizar dinâmicas no primeiro dia de aula com os alunos pode ajudar a construir um ambiente de aprendizado acolhedor e a reduzir a ansiedade que alguns sentem devido à chegada a uma nova escola ou ao início de um novo ciclo letivo.
As dinâmicas também são uma oportunidade para o professor observar como as pessoas do grupo se comportam e identificar características individuais que podem influenciar no trabalho pedagógico.
Entre os cuidados para conduzir essas atividades estão respeitar as diferenças entre os estudantes e evitar situações que possam levar a constrangimento ou exclusão.
“Nunca coloque as crianças em situações vexatórias ou em que elas não desejem estar. Assim, convide-as para participar, mas respeite quem recusar”, orienta a coordenadora pedagógica da graduação em pedagogia da Universidade São Francisco (USF) Ermelinda Baricelli.
“Vale também observar e mudar a dinâmica caso ela não esteja dando certo. Lembrando sempre que o objetivo é acolher e inserir essa criança no ambiente escolar, não afastá-la”, complementa.
Segundo Baricelli, para crianças dos anos iniciais do ensino fundamental, o objetivo das dinâmicas deve ser o acolhimento, deixando-as seguras e confortáveis para passarem o dia na escola longe de suas famílias.
“Já para crianças maiores e adolescentes, as dinâmicas têm principalmente o objetivo de integração e inserção, de conhecer os professores e os novos colegas”, diferencia.
“É importante que eles se sintam confortáveis naquele espaço e criem laços, porque a escola também é um ambiente social. Não ter essa sensação de pertencimento pode prejudicar o desempenho do estudante durante o ano”, enfatiza a professora.
Confira, a seguir, sete dinâmicas para acolhimento e integração de alunos no primeiro dia de aula:
Apresentação com desenho
Professor da rede municipal de Diadema (SP) e mestrando em educação, Vinicius Mena indica dividir a turma em duplas.
“Eu estipulo um tempo de 5 a 10 minutos e peço para que eles se apresentem, digam o nome, a idade, onde moram, com quem moram, e relatem um pouco do que gostam de fazer e como foi o período de férias”, relata.
“Depois dessa apresentação, eles registram o que o colega contou em um desenho. Ao final, o aluno apresenta o desenho que fez do outro na frente da classe”, adiciona.
Roda de apresentação com bola
Docente e alunos se sentam em roda para se apresentarem. O professor pode usar como recurso uma bola ou um chapéu. “Por exemplo, quem está com a bola fala e, ao terminar, joga a bola para outro colega”, ensina Baricelli.
Nó humano
Mena indica fazer uma roda com os alunos e pedir para que eles estiquem as mãos dentro dessa ciranda. “Eles devem dar as mãos uns aos outros de forma embaralhada, formando um nó. O objetivo da dinâmica será justamente eles tentarem desfazer os nós das mãos sem soltá-las”, sugere.
Segundo o professor, a atividade aborda o sentimento de pertencimento do grupo e mostra que, sozinhos, nem sempre será possível resolver os problemas que surgirão ao longo do ano. “Mas com apoio e com paciência, sim”, enfatiza o docente.
Desejos em bexigas
Os estudantes escrevem algo que desejam para o ano em um papel pequeno, que será dobrado e colocado no interior de uma bexiga.
“Coloque uma música e peça para todos dançarem jogando as bexigas para o alto. Quando o som parar, cada um deve pegar uma bexiga, estourá-la e ver qual desejo caiu para si”, destaca Baricelli.
Jogo da história coletiva
Sentados em roda, o professor inicia uma história de improviso. Ele pede ao estudante que está sentado ao seu lado direito complementar, seguido por seus colegas. “Instigue os estudantes com algumas perguntas como: quando, como, onde e por quê. Até que o último da roda finaliza a história”, orienta Mena.
“O objetivo dessa dinâmica é estimular a criatividade, unir o grupo e realizar uma produção em conjunto”, descreve o professor.
Equilibrando balões
A professora entrega dois balões por estudantes. Esse deve andar em um espaço aberto tentando equilibrar ambos no ar, sem deixá-los cair.
“Cada um vai tentar cuidar do seu próprio balão, porém, durante a dinâmica, é possível perceber uns ajudando aos outros. Ao final, pode-se reforçar em conversa a importância dessa cooperação ao longo do ano letivo”, aponta Vinicius Mena.
Contrato coletivo
O objetivo é fazer um cartaz com a turma onde serão fixados as regras definidas coletivamente para aquele ano. “Como falar baixo, não jogar lixo no chão, respeitar os colegas e professores, não desperdiçar alimentos etc.”, indica Mena.
“O professor pode iniciar perguntando se os estudantes sabem o que é um contrato, para que ele serve e a importância da assinatura ao final dele”, orienta Mena.
Os acordos são elencados em uma lista que será fixada em um local da classe escolhido pela turma. Antes disso, todos devem assinar o cartaz.
“Ao longo do ano, eles terão um recurso visual para retomar e relembrar o que foi definido”, finaliza o professor.
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Crédito da imagem: MoMo Productions – Getty Images