Robótica, matemática e física são três assuntos que podem deixar muitos alunos do ensino fundamental e médio de cabelos em pé. Mas foi pensando em aliar essas três vertentes na criação de aulas interessantes que a professora de matemática, Maria Ignez Diniz, e a diretora pedagógica da Somai Tecnologia e Educação, Regina Mainardi, desenvolveram o projeto MAHP, Matemática e Tecnologia integrados pela Educação.
O objetivo é disponibilizar aos professores aulas baseadas em desafios de robótica que estimulem os alunos a estudar e a aplicar conceitos matemáticos e físicos. O MAHP foi apresentado pela primeira vez na Campus Party 2017, no último sábado (4/2).
“Temos duas pontas: professores de matemática que lidam com a evasão dos alunos de suas aulas, por não verem aplicabilidade da disciplina, e professores de robótica que possuem conhecimento prático, mas não conseguem transformá-lo numa aula didática. O MAHP visa ajudar a ambos,” explica Regina.

Super-heróis

Para deixar as aulas interessantes, as professoras elaboraram desafios tendo como temas os super-heróis da Marvel. Em um deles, baseado na história do Homem de Ferro, os estudantes precisam construir uma mão capaz de agarrar um objeto. Para isso, necessitam estudar movimentos tridimensionais e programar angulações.
Já a figura do Homem-Aranha se tornou um convite para o estudo do movimento pendular, muito utilizado pelo herói nos quadrinhos e nos desenhos animados. No desafio, os jovens precisam calcular o movimento, a velocidade e a distância exata para que Peter Parker resgate uma vítima de um prédio em chamas.
“No desafio final, a proposta é a mesma, mas a vítima humana é substituída por um tanque de ferro. Assim, os alunos precisam rever suas contas”, conta Maria Ignez. “Para completar, os conceitos matemáticos a serem usados podem ser adaptados de acordo com cada séria: oitavo e nono ano ou ensino médio”, completa.

Menos tentativas, mais acertos

Ao contrário do que acontece com os games, no qual os alunos podem errar e acertar à vontade, o MAHP solicita menos tentativas e mais acertos. “Isso estimula os alunos a estudarem mais as disciplinas e a pensarem em diversas estratégias antes de fazerem suas tentativas”, justifica Maria Ignez.
Os estudantes também devem se dividir em equipes e cumprir determinados critérios durante cada desafio, que serão utilizados como elementos de avaliação. “Ao ensinar robótica, muitos professores relatavam dificuldades em mensurar o aprendizado do aluno durante o desenvolvimento das atividades. Assim, a metodologia ajuda nesse processo”, justifica Regina.
Por fim, as equipes são classificadas em um ranking de acordo com o seu desempenho. O objetivo, contudo, não é estimular somente a competição. “O ranking deixa os alunos mais animados a acertarem, mas ainda assim o objetivo é colaborativo. Ao final, todas as equipes apresentam suas estratégias para resolver o desafio. Assim, cada aluno também ensina e entende novas formas de pensar um mesmo problema”, pontua a educadora.
Após a apresentação na Campus Party, Maria Ignez e Regina sonham em disponibilizar o MAHP para escolas particulares e públicas.
Projeto da Regina (com microfone) e Maria Ignez (ao fundo) está apoiado no ensino de matemática e física para explicar robótica (Crédito: Leonardo Valle)

 

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