Aliar a biologia com a geografia, tanto no ensino fundamental quanto no médio, pode ser uma forma de analisar determinados fenômenos que acontecem na sociedade por meio de diferentes olhares. Para uma atividade que combine as duas disciplinas, o professor e coordenador do cursinho Avante, de Piracicaba (SP), Rhaian de Souza e a bióloga Lorena Souza Castro, indicam tratar o ciclo da água.

“Esse líquido, quando aquecido, evapora. O fenômeno pode ser observado fazendo seu aquecimento para um chá, por exemplo, com as crianças do fundamental I”, diz Souza.

“Esse vapor sobe, da mesma forma como acontece com as águas do rio. Caso se coloque uma tampa em cima, essa tampa ficará cheia de gotas, por conta do vapor que, resfriado, vai para a forma líquida. Por isso, há o que chamamos de chuva”, complementa.

No âmbito geográfico, é possível tratar as massas de ar e fenômenos como El Niño e La Niña. “O que acontece quando as massas quente e fria, encontram-se?”, questiona o professor.

Pela biologia, é possível abordar a formação da água e os tipos de seres vivos que contribuem com sua evaporação. “Experimentos com plantas criadas em garrafas PETs podem mostrar como essa água condensa”, sugere a bióloga.

“Além disso, vale sair da sala de aula e integrar os conhecimentos do aluno sobre o tema. Como isso acontece no meu bairro? Como atinge a mim e aos meus familiares?”, acrescenta a especialista.

Ação do homem

No ensino fundamental II e no ensino médio, o assunto pode ser aprofundado em relação aos impactos ambientais e sociais causados pela ação do homem e que são associados ao ciclo da água.

Pela geografia, a questão das enchentes e seus impactos na cidade também podem ser desdobrados, incluindo temas como ocupações irregulares e desmoronamentos. “O asfaltamento provoca a impermeabilização dos solos. A água não mais se infiltra na terra e permanece nas ruas quando chove, alagando-as e provocando deslizamentos”, descreve.

“Todo rio tem um leito menor no seu período de seca e maior na cheia. Entretanto, há a ocupação dessas áreas pelas pessoas”, lembra o professor.

Souza cita, contudo, que as intervenções do homem sobre o ambiente não são apenas do ponto de vista individual, mas do sistema. “Um exemplo são as embalagens de produtos, sacolas plásticas e outros lixos que entopem os bueiros, impedindo o escoamento das águas”, apresenta.

“Pode-se problematizar isso com o capitalismo, a produção em massa e o consumo”, associa.

Já a bióloga lembra das parasitoses – outro tema contemplado pela disciplina que pode ser associado às enchentes. “É possível debater as doenças transmitidas por vetores e causadas por protozoários e bactérias e que podem contaminar os humanos após um alagamento, como a leptospirose”, lembra.

“Também podemos falar do ponto de vista ambiental, explicando como a flora contribui para a permeabilização do solo”, acrescenta.

Veja mais:
Plano de aula – Ciclo da Água
Podcast – Física e química explicam relação entre velocidade dos automóveis e aumento do efeito estufa
Astronomia é ponto de partida para ensinar matemática, física, química e geografia
Geografia: combinar atividades diversificadas facilita entendimento sobre relevo

Crédito da imagem: wagnerokasaki – iStock

0 Comentários
Inline Feedbacks
View all comments

Talvez Você Também Goste

Como ensinar ginástica na educação física escolar?

Professoras indicam 8 possibilidades para desenvolver com alunos do ensino fundamental

11 formas de acolher o aluno com síndrome de Tourette

Ambiente inclusivo evita que estudantes sofram com bullying e dificuldades de aprendizagem

16 jogos de mão para apresentar às crianças na escola

Educadora indica brincadeiras para trabalhar rimas e musicalidade com os alunos

Receba NossasNovidades

Receba NossasNovidades

Assine gratuitamente a nossa newsletter e receba todas as novidades sobre os projetos e ações do Instituto Claro.