Atividades práticas e lúdicas ajudam o professor a ensinar divisão celular, processo pelo qual uma célula origina outras, permitindo o crescimento dos organismos, a renovação de tecidos e a reprodução.
Esse mecanismo pode ocorrer principalmente via mitose, que gera células idênticas à célula inicial, e por meiose, que resulta em células com metade do número de cromossomos, fundamentais para a reprodução sexual.
O estudo da divisão celular aparece no componente de ciências da natureza no ensino fundamental II, quando os estudantes começam a compreender as funções vitais dos seres vivos e a organização do corpo humano, e é aprofundado no ensino médio, dentro das competências ligadas à hereditariedade, à genética e à continuidade da vida em biologia.
“É fundamental que o estudante compreenda os mecanismos celulares envolvidos com a meiose e a mitose e que estes processos integram uma etapa do ciclo celular que envolve, também, um período de interfase para que a célula se organize e se prepare para a divisão celular. Essa interfase compreende um momento de intensa atividade de produção de proteínas e novas organelas citoplasmáticas, como as mitocôndrias”, explica o professor da licenciatura em ciências biológicas da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR-Ponta Grossa) Danislei Bertoni.
Segundo o professor, os estudantes podem se beneficiar de atividades práticas e lúdicas que representem a meiose e a mitose usando diferentes materiais, via construção de modelos tridimensionais, confecção de jogos físicos, teatralização, RPG, construção de histórias em quadrinhos e recursos digitais, como stop motion.
“Uma das dificuldades no ensino da divisão celular está na representação de um processo que é dinâmico na célula viva. O stop motion pode representar melhor esse processo, que é dinâmico e não estático por meio das imagens”, opina.
Durante as atividades, ele lembra que o professor deve explicar que pode haver erros no processo de divisão celular.
“Explique que a própria célula tem uma ‘caixa de ferramentas’ e mecanismos para tal correção; e, quando isso não é possível, há consequências”, recomenda.
A seguir, confira cinco atividades práticas e lúdicas para ensinar divisão celular.
1) Baralho para exemplificar mitose e meiose
No artigo “O baralho como ferramenta no ensino de genética” (2007), professores da Universidade de Brasília (UnB) recomendam usar as cartas de baralho para representar os cromossomos e seus comportamentos durante a divisão celular. Os naipes vermelhos simbolizam a linhagem materna, e os pretos, a paterna, sendo cada par de naipes homólogos (ouro–paus e copas–espadas). O coringa representa o centrômero. Os alunos, divididos em dois grupos, devem acompanhar as etapas da mitose e da meiose. Na primeira, simulam a duplicação, alinhamento e separação das cromátides irmãs. Na segunda, representam tanto a divisão sem quanto com crossing over (troca de partes entre cromossomos homólogos). O artigo apresenta imagens de como compor as cartas em cada uma das representações desejadas.
2) Representação da mitose com massa de modelar
Para essa proposta, o professor Daniel Blassioli Dentillo sugere utilizar massinha de modelar de várias cores, linha preta, plástico transparente e papel para representar as fases da mitose. Os cromossomos, centríolos, membrana plasmática e carioteca são confeccionados com esses materiais e organizados sobre folhas, simulando todas as fases do ciclo celular.
A prática pode ser feita em grupos, em que cada dupla ou equipe fica responsável por montar uma fase e depois explicar sua relação com as demais, favorecendo o aprendizado coletivo.
3) Representação da meiose com dominó
A professora do Departamento de Genética e Morfologia da UnB Maria de Nazaré Klautau Guimarães desenvolveu um domino com desenhos específicos para ensinar o processo da meiose e sua relação com a estrutura do genoma, a reprodução, os ciclos de vida e a variação genética. Para isso, disponibilizou o vídeo educativo “Combinar e recombinar com os dominós” (assista abaixo).
“Os objetivos específicos visados por este método englobam facilitar a compreensão do comportamento do material genético na transmissão entre células e gerações; na relação entre os conceitos de cromossomos, moléculas de DNA, cromátides, genes, alelos e genomas; como também no entendimento da origem da variação genética na formação dos gametas”, justifica a autora.
4) Teatro da mitose
Atividade realizada com alunos do primeiro ano do ensino médio do Colégio Estadual Padre Chagas em Guarapuava (PR). A turma foi dividida entre cromossomos, núcleo, membrana; em conjunto, os alunos representaram as fases da mitose: intérfase, prófase, prometáfase, metáfase, anáfase e telófase, seguida pela citocinese, que conclui a formação das duas células-filhas.
5) Observação de mitose em raiz de cebola
Atividade indicada pela Universidade Federal de Grandes Dourados (UFGD) e pela Universidade de São Paulo (USP), utiliza lâmina, corante, lamparina e microscópio para observar a mitose na raiz da cebola.
Além do passo a passo da atividade, o material ensina como obter as raízes de cebola, como fixá-las para armazenamento e observação posterior, a quantidade de material necessária para realizar o experimento com oito grupos de cinco alunos, como usar as lamparinas em sala de aula e sugestão de questões a serem respondidas pelos estudantes após o experimento.
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Estudar em casa: divisão celular – mitose
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