Para que serve a filosofia na formação dos indivíduos, ainda mais considerando o contexto atual? A professora do Departamento de Educação Especial da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Eliana Menezes, discute o tema no vídeo “Educação e filosofia – Conexões”, com a coordenadora do Laboratório de Ensino e Aprendizagem de Filosofia na UFSM, Elisete Tomazetti.
“A pergunta ‘para que serve a filosofia?’ acompanha cada professor que atua no ensino médio. Os jovens, contudo, perguntam menos para que aprender matemática ou português. Obviamente, temos que responder isso porque vivemos em uma sociedade utilitarista”, relata.
“Ensinar a disciplina na escola e lutar para que ela permaneça é, de certa forma, resistir ao tipo de formação que a escola deve oferecer, que é a formação de caráter amplo, que possibilite a condição de pensar sobre o que nós vivemos”, acrescenta. “Sobre diferentes linguagens e discursos que são proferidos, seja na ciência, religião ou mídia. É poder olhar sobre o que se diz e se coloca como verdade. Questionar, desnaturalizar”, enfatiza.
A reforma do ensino médio retirou a obrigatoriedade da filosofia como disciplina, que passou a ser entendida como “estudos e práticas”.
“Não sabemos, do ponto de vista da escola e da operacionalização do currículo, como desenvolver agora o trabalho das humanidades. A reforma nos coloca em uma dimensão de decréscimo do que vínhamos conquistando, até então, em relação às políticas públicas”, afirma.
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Crédito da imagem: print do vídeo “Educação e filosofia – Conexões”