O Relatório de monitoramento global da educação – resumo, 2020: Inclusão e educação: todos, sem exceção revelou que 41% das nações não possuem dados sobre alunos excluídos do sistema de ensino. Produzido anualmente pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), o levantamento monitora 209 países em relação às metas educacionais aprovadas na Agenda 2030 para o desenvolvimento sustentável.

Os dados apontam 258 milhões de crianças e jovens sem acesso à educação, tendo a pobreza como principal obstáculo. Em países de renda baixa e média, os adolescentes das famílias 20% mais ricas tinham probabilidade três vezes maior de concluir os anos finais do ensino fundamental em relação às mais pobres.

Na análise por gênero, quase nenhuma jovem pobre de zona rural conclui o ensino médio em 20 países, a maioria da África Subsaariana. Aproximadamente 335 milhões de meninas frequentavam escolas que não lhes ofereciam saneamento e higiene, o que dificulta os estudos durante o período menstrual.

Sobre alunos com deficiência, é sugerido que 15% dessa população se encontre sem estudar. Leis de 25% dos países preveem aulas separadas, além disso, pais declararam temer que esses estudantes atrapalhassem a aprendizagem dos outros da turma: 15% na Alemanha e 59% em Hong Kong, na China. Em dez países de renda baixa e média, estima-se que essas crianças tenham uma probabilidade 19% menor de obter proficiência mínima em leitura do que aquelas que não têm deficiências.

Enquanto 68% dos países têm uma definição de educação inclusiva, apenas 57% delas abrangem grupos minoritários e marginalizados, como o documento classifica. Entre os exemplos, estão alunos refugiados, negros e migrantes rurais. Em geral, professores, materiais didáticos e ambientes de aprendizagem ignoram os benefícios de abraçar a diversidade.

Em 2018, um em cada três docentes de 43 países, a maioria com renda média-alta e alta, relatou que não adapta seu ensino à heterogeneidade cultural dos estudantes. Na Europa, 23 dos 49 países não abordam de forma clara a orientação sexual e a identidade de gênero em seus currículos. Nos Estados Unidos, alunos LGBTI+ tiveram uma probabilidade quase três vezes maior de faltarem às aulas por não se sentirem seguros.

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Crédito da imagem: reprodução “Relatório de monitoramento global da educação – resumo, 2020: Inclusão e educação: todos, sem exceção”

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