Assegurar uma gestão democrática efetiva é a meta 19 do Plano Nacional da Educação (PNE). Ela destaca a necessidade de se incentivar conselhos escolares, municipais e estaduais, grêmios estudantis e associações de pais e mestres; a participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto político pedagógico (PPP), entre outras medidas que contribuem para que a escola seja um lugar em que todos tenham voz.
Contudo, assim como construir formas de participação mais democráticas é um desafio na sociedade em geral, o mesmo acontece no campo da educação. Contra o problema, é necessário conhecer as teorias, políticas públicas e boas práticas já implantadas que tratam do assunto.
Confira, a seguir, sete opções de livros para inspirar novas formas de incluir alunos, professores, pais e colaboradores nos espaços de decisão da escola.
Gestão escolar democrática: teorias e práticas
Antônio Bosco de Lima, Mariana Batista Silva, Editora Navegando, 2018
A lógica representativa educacional rompe com os preceitos democráticos existentes na sociedade? Os conselhos escolares são espaços realmente de discussão ou apenas legitimam sentenças já decididas anteriormente? Ajudam a formar novas consciências políticas ou são meros espaços conservadores? Essas e outras questões são discutidas no livro, apoiado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU) e disponibilizado gratuitamente online.
A gestão participativa na escola
Heloísa Lück. Editora Vozes, 2006
A autora defende que alcançar objetivos dentro da escola exige engajar toda a comunidade escolar em metas comuns, fazendo da gestão participativa uma manifestação da democracia nesse ambiente. Também é discutida a necessidade de o diretor abandonar o modelo de administração tradicional e redefinir seu papel frente às necessidades do coletivo, assim como a importância do diálogo nesse processo de transformação.
Gestão democrática da escola pública
Vitor Henrique Paro, Cortez Editora, 1997
O educador e docente da Universidade de São Paulo (USP) reúne sete ensaios que discutem a organização e funcionamento da escola básica, entendendo a administração escolar como mediação para a realização de fins educativos. Empecilhos à efetiva participação de alunos, professores, pais e demais sujeitos na construção da instituição são analisados, assim como as formas para realizar uma educação que seja democrática e emancipadora.
Gestão democrática na escola pública e o Programa Mais Educação
Rozineide Souza Brasil, Appris Editora, 2018
A autora faz uso das suas experiências como gestora, coordenadora de projetos populares e de conselhos escolares para discutir educação integral, popular e gerência democrática. Temas que ajudam a ampliar a discussão sobre a educação pública de qualidade a partir da valorização de todos os atores sociais envolvidos.
Gestão democrática da educação: desafios contemporâneos
Dalila Andrade Oliveira (Orgs), Editora Vozes, 1997
A autora reúne diversos pesquisadores para pensar o tema na escola pública. Entre os assuntos transversais discutidos, estão a municipalização do ensino público, avaliações educacionais, interesses nacionais e globalização.
Gestão democrática no cotidiano escolar
Sandra Aparecida Riscal (org.), UAB-UFSCar, 2009
A democratização da sociedade é uma prática necessária, devendo ser estabelecida já nas relações escolares. Esse é o princípio do livro, que trata sobre o projeto político pedagógico das escolas, as formas de participação e os próprios conceitos de gestão democrática, participação política, democracia, cidadania e autonomia.
Gestão democrática – Reflexões e práticas do/no cotidiano escolar
Wendel Freire, Wak (org.), 2009
Entre textos individuais e coletivos, o livro combina reflexões teóricas e práticas, trazendo à discussão as vozes tanto de professores quando as dos alunos sobre esse tema. Entre os participantes, estão pesquisadores do campo da educação de diferentes universidades nacionais e internacionais como Arilene Maria Soares de Medeiros (UERN), Carmen Lúcia Vidal Pérez (UFF), Dinair da Hora Leal (UERJ), Germán Roberto Cantero (Universidades Nacionales de Entre Ríos y Luján, Argentina), Joaquim Gonçalves Barbosa (Umesp) e Maria Lúcia de Abrantes Fortuna (UERJ).
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