Leonardo Valle

O Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (Unaids) lançou a plataforma online Deu Positivo, e Agora?. O site tem o objetivo de apresentar informações sobre HIV em linguagem atualizada e acessível aos jovens que acabaram de receber diagnóstico positivo para o vírus da imunodeficiência humana. Segundo a entidade, essa população costuma procurar informações sobre o assunto na internet no momento pós-diagnóstico, o que gera a necessidade de fornecimento de dados confiáveis.

Além disso, a ferramenta busca mostrar que o tratamento, quando iniciado precocemente e seguido de forma adequada, garante qualidade de vida à pessoa infectada. A adesão aos medicamentos antirretrovirais leva à redução da carga viral no organismo até um nível chamado de “indetectável”, quando o HIV deixa de ser transmitido a outras pessoas.

Para completar, o site reúne materiais que mostram que é possível viver com HIV de modo saudável, incluindo ter relacionamentos, filhos e exercer seus direitos.

De acordo com os dados do Boletim Epidemiológico de HIV 2018, divulgado pelo Ministério da Saúde, o número de casos de infecção entre jovens de 15 a 24 anos tem crescido nos últimos dez anos. As taxas de detecção entre jovens do sexo masculino nesta faixa etária mais que dobraram em uma década: 3 para 7 casos por 100 mil habitantes (15 a 19 anos) e de 15,6 para 36,2 casos por 100 mil habitantes (20 a 24 anos). Entre mulheres, elas têm mostrado uma tendência de queda em quase todas as faixas etárias.

O Brasil hoje tem uma das maiores coberturas de tratamento antirretroviral entre os países de renda média e baixa, sendo esse coberto pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Das pessoas estimadas vivendo com HIV no país, 84% já foram diagnosticadas via teste. Destas, 75% estão em tratamento e, no grupo de pessoas em tratamento, cerca de 92% apresentam carga viral indetectável.

Mesmo com toda a estrutura e medicamentos disponíveis, há um número importante de quase 200 mil de pessoas diagnosticadas com HIV que, por diversos motivos, não se encontram em tratamento.

Veja mais:
Coletivo Amem promove festas para debater HIV, gênero e negritude
ONU orienta sobre discriminação de pessoas vivendo com HIV

Crédito das imagens (destaque e topo): spukkato – iStock e LightFieldStudios – iStock

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