A ausência da demarcação das terras é um problema que deixa o povo Munduruku em situação de vulnerabilidade. Atualmente, o processo de demarcação dos 178 mil hectares da terra indígena Sawre Muybu, onde eles vivem, está paralisado pelo governo federal. Além disso, a região sofre constantes tentativas de implantação de grandes projetos de infraestrutura, como a construção da usina hidrelétrica de São Luiz do Tapajós.
Para se posicionar contra essa situação, o povo Munduruku, em parceria com o Greenpeace, lançou o “Mapa da Vida – Tapajós e Sawre Muybu: a visão do povo Munduruku sobre seu rio e seu território”.
O site é o resultado de um grande processo de mapeamento territorial e cultural feito pelos próprios indígenas, em 2016 e 2017, na terra indígena Sawre Muybu. A publicação retrata o modo de vida desse grupo, assim como os lugares e os recursos da floresta fundamentais para a sobrevivência do povo.
Atualmente, há cerca de 40 hidrelétricas planejadas ou em construção para a bacia do rio Tapajós. “O mapa se torna um instrumento de diálogo com a sociedade sobre a política energética nacional, que insiste em expandir a construção de hidrelétricas na Amazônia, afetando o modo de vida dos povos indígenas e populações tradicionais”, declara a especialista em Amazônia, do Greenpeace Brasil, Danicley de Aguiar.